“Os projetos de lei que se discutem [na Assembleia da República, na quinta-feira] dão mais poder aos profissionais de saúde do que admitimos a um juiz. Transforma-os em juízes da morte e da vida. Serão eles quem decide os pedidos que devem ou não ser aceites e são eles que executarão a decisão de matar”, sublinhou Francisco Rodrigues dos Santos.

O líder dos centristas falava durante um colóquio sobre a eutanásia, em Oeiras (distrito de Lisboa), na véspera do debate, no parlamento, dos projetos de lei para a despenalização da morte assistida, do BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal, que preveem essa possibilidade sob várias condições.

Francisco Rodrigues dos Santos realçou que a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros e o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida são contra a eutanásia e que, ainda assim, os deputados se estão a preparar para “contrariar todos os pareceres” das instituições consultadas.

“Que sentido faria que a solução oferecida pela medicina fosse destruir ativamente o valor supremo que visa preservar?”, questionou o presidente do CDS, acrescentando que um Estado que aprove a despenalização da morte assistida “é um Estado verdadeiramente falido”.

Em 2018, o parlamento debateu projetos de despenalização da eutanásia, apresentados pelo PS, BE, PAN e Verdes, mas foram todos chumbados, numa votação nominal dos deputados, um a um, e em que os dois maiores partidos deram liberdade de voto.

Há dois anos, o CDS votou contra, assim como o PCP, o PSD dividiu-se, uma maioria no PS votou a favor. O BE, PAN e PEV votaram a favor.

Um grupo de cidadãos está a recolher assinaturas para realização de um referendo sobre a matéria, que tem o apoio da Igreja Católica, ao contrário do que aconteceu em 2018. Dos partidos com representação parlamentar, apenas o CDS apoia a ideia, assim como vários dirigentes do PSD.

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