Em comunicado enviado ao SAPO24, o movimento Zero Desperdício refere que a atual pandemia do novo coronavírus está a trazer "enormes consequências na eficácia e funcionamento" da sua rede que apoia diariamente "milhares de idosos, crianças e famílias carenciadas", devido à insuficiente capacidade de resposta face às solicitações recebidas ao nível de bens alimentares e materiais de proteção individual.

Entre os produtos mais solicitados encontram-se os alimentos frescos (laticínios, legumes e frutas, carne e peixe por confecionar) refeições confecionadas frescas, mas também alimentos embalados e enlatados (azeite, massa, arroz, grão e o feijão, conservas, farinhas e papas infantis, entre outros).

Mas também chegam outros pedidos, como de produtos de higiene pessoal (fraldas para idosos e crianças, entre outros), de limpeza doméstica (lixívia e detergentes) e de proteção individual (máscaras, gel desinfetante e termómetros).

Por isso, o movimento deixa um apelo a "todas as empresas e entidades que operam nos setores onde existem as carências supra referidas", para que divulguem "informação das disponibilidades [dos produtos] e vontade [em ajudar]" as famílias carenciadas.

O Zero Desperdício solicita ainda que sejam indicados quais os produtos e quantidades doadas às instituições, através do e-mail geral@zerodesperdicio.pt ou dos contactos telefónicos 911 054 285 ou 912 410 818.

A equipa do movimento informou que, apesar do surto, "continua a funcionar com todas as suas capacidades e ferramentas de gestão para os que ainda possam e queiram manter as doações e recolhas", estando também "disponíveis para apoiar processos de redistribuição de outros bens e produtos que sobrem dum lado e façam falta noutro, ainda que com adaptações".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

À semelhança do que aconteceu com vários países, que adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras, também Portugal se encontra em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, até às 23:59 de 2 de abril.