Uma operação levada a cabo esta terça-feira na zona oeste do Rio de Janeiro, de combate ao crime organizado, levou à detenção de pelo menos cinco pessoas suspeitas de estarem envolvidas no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, relata O Globo.

Os detidos pertencem a uma das milícias mais antigas e perigosas do estado.

Para a operação foram mobilizados cerca de 140 políciais, numa ação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio de Janeiro, com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil.

Com 13 mandatos de captura nas mãos, o principal objetivo das autoridades era a captura do major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, o antigo capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras; e o subtenente reformado da polícia militar Maurício Silvada Costa, conhecido por Maurição.

Dos nomes acima citados, dois foram detidos, numa lista que, no total, inclui cinco nome: Maurício Silva da Costa, Ronald Paulo Alves Pereira, Laerte Silva de Lima, Manoel de Brito Batista, o Cabelo, Benedito Aurélio Ferreira Carvalho, o Aurélio.

Entre os detidos encontram-se dois homenagedos - major Ronald e o capitão Adriano, em 2004 e 2003, respetivamente - pelo antigo deputado estatal Flávio Bolsonaro, filho do atual presidente do Brasil, que lhe proopôs uma lovação.

A milícia é suspeita de comprar e vender imóveis construídos ilegalmente na zona oeste do Rio, para além de outros crimes relacionados com as comunidades de Rio das Pedras, Muzema e zonas envolventes, como empréstimos ilegais, extorsão de moradores e comerciantes, ligações clandestinas ao setor da água e energia, entre outros.

Segundo a Globo, a denúncia afirma que o capitão Adriano, o major Ronald e o tenente Maurição são os líderes da organização, e Beto Bomba, presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, terá conquistado o cargo a partir de ameaças e uso de força.

Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.

As autoridades brasileiras já suspeitavam do envolvimento de milícias, mas ainda não conseguiram descobrir quem ordenou o assassinato nem quem executou a ativista.