“Entre 60 e 70 migrantes ilegais tentaram entrar [hoje de manhã] no território húngaro a partir da Sérvia de forma organizada e agressiva”, declarou um responsável da polícia húngara numa conferência de imprensa, relatando que os migrantes contornaram a vedação de arame farpado que atravessa a fronteira entre os dois países.
Segundo imagens de videovigilância do local da fronteira, disponibilizadas à comunicação social durante a conferência de imprensa, vários homens, muitos deles com mochilas, conseguiram transpor um muro antes de correrem em direção à barreira metálica que protege o posto fronteiriço de Röszke.
Presente na mesma conferência de imprensa, Gyorgy Bakondi, conselheiro do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, descreveu os migrantes como “um grupo de homens organizados e agressivos”.
As forças de segurança destacadas no posto fronteiriço dispararam tiros para o ar para tentar dissuadir os migrantes, sendo que a maioria recuou e regressou ao território sérvio.
Pelo menos quatro homens foram detidos em território húngaro e colocados sob custódia policial, enquanto “outros” conseguiram entrar na Hungria, confirmou, em declarações à France Presse (AFP), um porta-voz da polícia local, mas sem avançar mais pormenores.
Na Sérvia, a polícia fronteiriça intercetou “37 migrantes que tentaram atravessar ilegalmente a fronteira para entrar na Hungria”, divulgou, por sua vez, o Ministério do Interior sérvio.
De acordo com Gyorgy Bakondi, 3.400 tentativas de travessias ilegais foram registadas desde o início do corrente ano, dados que permitem antever um crescimento significativo face a 2019, quando foram registadas por mês uma média de mil tentativas.
Perante uma vaga migratória sem precedentes, o Governo da Hungria, país que integra o espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação), ergueu no outono de 2015 uma vedação na fronteira húngara com a Sérvia para travar a chegada de migrantes e refugiados oriundos do Médio Oriente.
O Governo liderado pelo nacionalista conservador Viktor Orbán tem assumido uma posição anti-migração que tem sido duramente criticada por vários países e organizações, incluindo a União Europeia e as Nações Unidas.
Viktor Orbán já afirmou que a Hungria defenderá as suas fronteiras “pela força” perante potenciais novas vagas migratórias.
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