A "People's Vote March" (“Marcha do Voto Popular”) começou pouco depois do meio-dia e serpenteou de Park Lane e outros locais da capital britânica, para convergir no parlamento, onde o destino do ‘Brexit’ será decidido nas próximas semanas.

Muitos manifestantes carregavam bandeiras e símbolos da União Europeia (UE), elogiando os laços de longa data entre o Reino Unido e a Europa continental. Segundo a organização, cerca de um milhão de pessoas marcharam contra o Brexit na capital londrina.

O líder liberal-democrata, Vince Cable, convidado para ajudar a liderar a marcha, qualificou a multidão reunida como impressionante e unificada, segundo noticia a AP.

"Há uma enorme afluência de pessoas de todas as camadas sociais, idades e de todo o país", afirmou Cable na sua conta na rede social Twitter.

"Somos um país que quer ficar com a UE, agora com 60% que quer parar a trapalhada do ‘Brexit’", escreveu no ‘tweet’.

Mais de quatro milhões de pessoas “assinaram” uma petição eletrónica esta semana a favor da revogação do Artigo 50.º, o ato que formalmente desencadeou o ‘Brexit’, que os britânicos votaram há três anos.

‘People's Vote' (Voto Popular) é uma campanha independente apoiada por grupos pró-europeus de cidadãos, estudantes, profissionais de saúde e cientistas, como Open Britain, European Mouvement UK, Britain for Europe, Scientists for UE, NHS for a People's Vote, Our Future Our Choice, For Our Future's Sake, Wales for Europe e InFacts.

A campanha quer que um novo referendo ofereça a escolha entre um acordo aprovado pelo parlamento e a opção de permanecer na UE e defende que o resultado seja vinculativo, ao contrário do referendo de 2016.

Uma sondagem divulgada esta semana indicava que o apoio a um novo referendo relativo ao ‘Brexit' aumentou após a rejeição no parlamento britânico pela segunda vez, em 12 de março, do Acordo de Saída negociado com Bruxelas pelo Governo de Theresa May.

Segundo o Instituto YouGov, 56% dos eleitores são favoráveis a um novo referendo e 44% opõem-se.

O Conselho Europeu concordou na quinta-feira com uma extensão do Artigo 50.º até 22 de maio, desde que o Acordo de Saída seja aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana, ou 12 de abril, se for chumbado, rejeitando assim o pedido de Londres de adiar o 'Brexit até 30 de junho.

O Governo britânico pretende submeter o Acordo de Saída por uma terceira vez aos deputados esta semana, depois de dois chumbos, um em janeiro por uma diferença de 230 votos e outro em março por uma margem de 149 votos.


*Artigo corrigido com a divulgação do número de manifestantes às 21h48