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Na habitual conferência diária, a diretora-geral da saúde Graça Freitas falou sobre a “fadiga pandémica”, que considera natural, mas reforçou o apelo à necessidade de prevenção, explicando que é difícil saber quando será atingido o novo pico da pandemia.
A conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus contou esta segunda-feira com a presença da diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas. Destacamos os principais pontos:
- Graça Freitas agradeceu aos profissionais de saúde e aos que têm realizado o controlo sobre os contactos de risco. Aos cidadãos lembrou que passaram oito meses desde o inicio da pandemia. "O meu primeiro apelo é para não baixarmos a guarda, por muito cansados que estejamos. O vírus transmite-se através de nós de um para o outro e tem como efeito gerar doença, internamento e mesmo morte. O vírus de facto não anda sozinho", destacou.
- "Fadiga pandémica é uma palavra muito ouvida nos últimos dias. Todos estamos cansados, queremos continuar as nossas vidas. Essa fadiga pandémica é natural e esperada, mas não nos pode fazer baixar a guarda. Não podemos facilitar e dar passos que nos desprotejam. Temos de fazer tudo para não adoecer e, sobretudo, para não sermos propagadores da doença", explicou Graça Freitas, reiterando que os seres humanos são o veículo eficaz de propagação da doença.
- Questionada sobre os motivos pelos quais os números relativos aos concelhos não são facultados diariamente, Graça Freitas explicou que têm vindo a melhorar as metodologias e que, assim que possível, passarão a ser divulgados os números de casos registados nos últimos 15 dias por concelho a dividir pela população do respetivo concelho - número que é conhecido como a “incidência acumulada a 15 dias”, e que é o que define quais os concelhos que se encontram em maior risco do que outros. Este número é o que é responsável por orientar as medidas avançadas pelo Governo.
- Quanto à proibição da realização de feiras, explicou está relacionada com "este período de exceção". Reconhecendo que o setor dos feirantes é um setor importante e com "necessidades". Contudo, acrescentou que a diferença passa também pelo comércio tradicional ser "estável" e ser "fixo", ao invés de "móvel", e por criar as suas próprias regras para trabalhadores e clientes.
- Nesta conferência de imprensa foi ainda anunciada a suspensão do regresso do público aos estádios de futebol. Graça Freiras explicou que os testes piloto correram bem e que esta medida se trata de uma suspensão e não de uma interrupção definitiva das assistências aos jogos.
- Questionada sobre a aquisição de 100 mil unidades, no valor de 20 milhões de euros, de Remdesivir, e considerando o estudo referido pela OMS que indica que o medicamento "tem pouco impacto nos doentes covid", Graça Freiras admitiu que este pode "não ser o medicamento ideal, mas enquanto fizer algum bem e esse bem ficar comprovado, não temos uma panóplia muito grande de medicamentos para administrar".
- Em relação à medição da temperatura e à viabilidade da medida tendo em conta os casos assintomáticos, a diretora-geral destacou a necessidade de cada um proceder à monitorização dos sintomas já conhecidos (incluindo a perda de paladar e de olfato, se têm tosse ou dores no corpo), reiterando que nenhuma medida só por si será eficaz e que a medição de temperatura com um aparelho calibrado “poderá contribuir para encontrar, eventualmente, algumas pessoas que tenham febre”.
- "Só sabemos quando chegámos ao pico quando começamos a descer", respondeu quando questionada sobre um novo pico da pandemia em Portugal.
- Graça Freitas descartou ainda a aplicação de novas regras para as escolas. “As escolas têm sido locais relativamente seguros. Têm acontecido casos mas não têm sido grande fonte de transmissão, sobretudo escolas com crianças mais pequenas, que de facto não contraem nem transmitem muito a doença”, afirmou.
- A diretora-geral da Saúde confirmou ainda que o padrão de transmissão dos adolescentes é semelhante ao dos adultos. “À medida que as crianças vão crescendo, os adolescentes e os jovens vão-se aproximando de um padrão parecido com o dos adultos”, reconheceu. Medidas como decidir adoção de aulas à distância tornam-se mais fáceis no ensino superior, “por um lado porque essas pessoas já têm um padrão parecido com o dos adultos, como conseguem autonomamente seguir formas de ensino à distância”.
- Questionada sobre a realização da prova de todo o terreno Baja Portalegre 500, que costuma acolher milhares de adeptos da modalidade ao longo do percurso e realizar-se com pilotos e respetivas equipas de vários países, Graça Freitas referiu não ter conhecimento de nenhum pedido da organização mas afirmou: “em princípio não daremos parecer favorável”.
[Notícia atualizada às 21h00]
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