Em causa está a campanha #DefundBolsonaro ("corte o financiamento a Bolsonaro", na tradução para português), que foi iniciada por ativistas brasileiros com foco no público internacional.
Na quarta-feira, na rede social Twitter, o ator norte-americano publicou um vídeo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que chama a atenção para os incêndios que consomem a Amazónia brasileira, apelando à sociedade civil, empresas e Governos que se questionem: "De que lado você está? Amazónia ou Bolsonaro?".
Além do vídeo, DiCaprio, que se tem destacado pelo seu ativismo ambiental, partilhou ainda os marcadores "#DefundBolsonaro #AmazonOrBolsonaro (Amazónia ou Bolsonaro) #WhichSideAreYouOn (De que lado estás)".
O Governo de Bolsonaro reagiu na manhã de hoje ao posicionamento do ator, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a instar DiCaprio a investir o seu próprio dinheiro na preservação da Amazónia, através do projeto "adote um parque".
"Querido Leonardo DiCaprio, o Brasil está a lançar o projeto de preservação "Adote um Parque", que permite a você ou a qualquer outra empresa ou indivíduo escolher um dos 132 Parques da Amazónia e patrociná-lo diretamente a 10 euros por hectare por ano. Você vai colocar o seu dinheiro onde está sua boca?", questionou o governante.
O executivo brasileiro lançou ainda um vídeo negando que a Amazónia esteja em chamas, e indicando que o "Brasil é o país que mais preserva as suas florestas nativas em todo o mundo".
"Essas queimadas na Amazónia são culturais e de pequena proporção", indica o vídeo difundido pelo Governo, um argumento que tem sido recusado por ambietalistas e observadores vários.
Esta não é a primeira vez que DiCaprio se refere à situação da Amazónia brasileira, o que levou Bolsonaro a acusar a 'estrela' de Hollywood de financiar queimadas na floresta, em 2019.
No mês passado, DiCaprio voltou a criticar a postura do chefe de Estado brasileiro perante os incêndios naquela que é a maior floresta tropical do mundo.
"O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está sob pressão internacional para conter os incêndios, mas ele duvidou publicamente da gravidade dos mesmos no passado, alegando que opositores e comunidades indígenas foram os responsáveis", escreveu o ator na rede social Instagram.
A Amazónia brasileira registou cerca de 30.000 focos de incêndio em agosto, o segundo maior número para o mês em 10 anos, superando apenas em 5% os números contabilizados no mesmo período de 2019, quando as imagens das chamas na maior floresta tropical do planeta circularam pelo mundo e geraram indignação.
Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
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