"Os restos mortais do Papa emérito Bento XVI descansarão no Mosteiro Mater Ecclesiae até ao início da manhã de segunda-feira, 2 de Janeiro", informou o Vaticano esta tarde, acrescentando que "não estão previstas visitas oficiais ou orações públicas".

Também na segunda-feira, "a partir das 9 da manhã, o corpo será exposto para a visita dos fiéis na Basílica de São Pedro". Vai ser possível prestar homenagem a Bento XVI até às 19h.

Já na terça e na quarta-feira, a Basílica vai estar aberta entre as 7h e as 19h.

O Vaticano referiu ainda que "o funeral presidido pelo Santo Padre será celebrado na Praça de São Pedro na quinta-feira, 5 de Janeiro, às 9.30 da manhã [8h30 em Portugal]" e que "não serão fornecidos bilhetes para a assistência".

Numa outra nota, é explicado que "no final da Celebração Eucarística" vai ser feita a "ultima commendatio et valedictio" [encomendação do corpo] e, posteriormente, "o caixão do Sumo Pontífice Emérito será levado para a Basílica de São Pedro e depois para a cripta do Vaticano para ser sepultado".

É também indicado que aqueles que "desejem concelebrar" — Patriarcas, Cardeais, Arcebispos, Bispos e sacerdotes, todos na posse de um "bilhete especial" — devem "contactar o Gabinete das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice".

A Santa Sé confirma ainda que "as Delegações oficiais presentes serão as da Alemanha e Itália".

O Papa emérito Bento XVI, que morreu hoje com 95 anos, abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, a dois meses de comemorar oito anos no cargo.

Joseph Ratzinger nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, e foi Papa entre 2005 e 2013.

Ratzinger tornou-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o “Vatileaks”, caso em que se revelaram documentos confidenciais do Papa, foram casos que agitaram o seu pontificado.

Bento XVI ordenou uma inspeção às dioceses envolvidas, classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

Durante a viagem a Portugal, em maio de 2010, Bento XVI disse que "o perdão não substitui a justiça".