Segundo a organização de ajuda humanitária, veículos militares chegaram hoje durante a manhã à zona dos hospitais Nasser e al-Amal, na cidade de Khan Younes, no sul do território, num cenário de tiroteios e bombardeamentos intensos.
Em comunicado, a organização referiu ainda que um dos seus voluntários foi morto pelo exército israelita, quando estava em al-Amal, e relatou que foram dadas ordens, através de ‘drones’, para que todos os ocupantes daquele hospital saíssem sem roupa, enquanto o exército bloqueava as portas com diques de terra.
O exército israelita confirmou o lançamento de uma operação no bairro de al-Amal “com vista a continuar a desmantelar infraestruturas terroristas e eliminar atores terroristas na área”.
A operação começou com ataques aéreos contra cerca de 40 alvos, incluindo instalações militares, túneis e outras “infraestruturas terroristas”.
Desde segunda-feira, o exército tem levado a cabo uma grande operação no complexo hospitalar al-Chifa, na cidade de Gaza, onde afirma ter matado cerca de 170 combatentes do Hamas.
Em novembro de 2023, já tinham realizado uma operação semelhante em al-Chifa, bem como nos hospitais Nasser e al-Amal, em Khan Younes, em fevereiro.
Entretanto, Israel informou as Nações Unidas de que não vai autorizar a passagem de comboios de ajuda humanitária dirigidos ao norte da Faixa de Gaza, segundo o comissário-geral da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).
“Apesar da tragédia que se desenrola sob a nossa supervisão, as autoridades israelitas informaram a ONU que não já não vão aprovar quaisquer comboios de alimentos da UNRWA para o norte”, afirmou Philippe Lazzarini, em comunicado.
O comissário sublinhou que a UNRWA é “o principal apoio”, em plena guerra, para mais de dois milhões de deslocados naquele território e o único que pode fornecer “assistência para salvar vidas” no Norte.
“Isto é ultrajante e torna intencional a obstrução da assistência que salva vidas durante uma fome provocada pelo homem. Estas restrições devem ser levantadas”, apelou Philippe Lazzarini.
Durante a manhã de hoje, o secretário-geral da ONU já tinha apelado a Israel para que removesse “os últimos obstáculos à ajuda” humanitária na Faixa de Gaza, onde metade da população corre risco iminente de fome, de acordo com um relatório recente da ONU.
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