As falhas técnicas impediram a marcação de presença de vários deputados, que tiveram que se declarar presentes de forma oral antes do início das votações, que duraram cerca de duas horas no total.
As iniciativas legislativas distribuíram-se hoje por vários guiões, tendo a votação da reapreciação do decreto da eutanásia sido uma das mais demoradas: apesar de não ter sido requerida a votação nominal, era necessário contabilizar os votos dos que, nas bancadas do PS e do PSD, votaram de forma diferente do seu grupo parlamentar, numa matéria em que existiu liberdade de voto.
Por exemplo, por duas vezes (uma na especialidade e outra na votação final global), o presidente da Assembleia da República pediu aos 62 deputados do PSD que votaram a favor, aos 13 que votaram contra e aos três que se abstiveram que se levantassem e dissessem os seus nomes, para que a Mesa pudesse fazer essa contabilidade e registo.
No final, começaram por ser anunciados apenas os votos contra e as abstenções do hemiciclo, com Ferro Rodrigues a dizer que “era fazer as contas”, mas, após alguns percalços matemáticos, acabaram por ser também corretamente contados os votos favoráveis, ficando a faltar o anúncio formal de que o diploma tinha sido novamente aprovado pelo parlamento.
Também as votações eletrónicas, nomeadamente sobre a proposta de transferência do Tribunal Constitucional (TC) e Supremo Administrativo (STA) para Coimbra, causaram confusão no hemiciclo, com muitos deputados a não conseguir registar o seu voto.
“Senhor presidente da mesa, tem que ter paciência para os seus deputados”, foi o conselho dado pelo socialista Sérgio Sousa Pinto ao presidente do parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, numa altura em que se multiplicavam os pedidos de intervenção de vários deputados que não conseguiam registar o voto eletrónico.
Cerca de uma hora depois do início das votações, Ferro Rodrigues foi substituído pela deputada socialista Edite Estrela na condução dos trabalhos, mas antes garantiu que haverá "uma reunião a curto prazo" entre os serviços e a mesa para evitar situações como as de hoje.
Os ânimos ficaram mais calmos no tempo restante de votações, que terminou pelas 13:53, seguido de declarações orais de voto da maioria dos partidos, nomeadamente sobre a lei do teletrabalho ou a Lei de Bases do Clima.
Às 14:29, a deputada Edite Estrela anunciava: “Esgotámos a nossa ordem de trabalhos”, tendo recebido de um deputado das bancadas da esquerda um irónico “já?”.
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