Na conferência de imprensa de apresentação do Programa do XXIII Governo Constitucional, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, a comunicação social perguntou a Mariana Vieira da Silva se António Costa deu alguma garantia à sua equipa ministerial, na reunião Conselho de Ministros, sobre o cumprimento do seu mandato de primeiro-ministro.
“O Governo tomou posse para uma legislatura que dura quatro anos e seis meses e os compromissos que assumimos aqui no Programa do Governo são para essa duração, e o Governo como um todo compromete-se a estes compromissos que aqui estão até 2026. As respostas são dadas quando as perguntas existem. E para o Governo a questão que me colocou não é uma questão”, retorquiu a ministra da Presidência.
Antes, Mariana Vieira da Silva já tinha sido interrogada se o Conselho de Ministros tem conhecimento da intenção do primeiro-ministro de se manter em funções até ao fim da legislatura e se considera escusado o aviso que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez a António Costa de que será difícil a sua substituição a meio da legislatura.
A ministra respondeu que tem como princípio não fazer “quaisquer comentários a intervenções públicas do senhor Presidente da República e de outros órgãos de soberania”, escusando-se a fazer juízos sobre as palavras do chefe de Estado na cerimónia de posse do Governo.
“O Governo toma posse para mandato de quatro anos e meio, apresenta um programa para um mandato de quatro anos e meio que se quer que seja um mandato com capacidade de colocar o país numa rota de crescimento e numa rota de maior igualdade e melhores condições de vida para os cidadãos”, acrescentou Mariana Vieira da Silva.
Na quarta-feira, na cerimónia de posse do XXIII Governo Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa avisou António Costa que “não será politicamente fácil” a sua substituição por outra pessoa na chefia do Governo a meio da legislatura, defendendo que os portugueses “deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem”.
“É o preço das grandes vitórias, inevitavelmente pessoais e intencionalmente personalizadas. E é sobretudo o respeito da vontade inequivocamente expressa pelos portugueses para uma legislatura”, declarou o chefe de Estado, perante António Costa, no Palácio Nacional da Ajuda.
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