Os docentes manifestaram-se gritando palavras de ordem como “justiça” e empunhando cartazes, constatou a Lusa no local, à mesma hora que Vasco Cordeiro ia recebendo os convidados para a receção agendada para as 18:30 horas locais (mais uma em Lisboa).
O presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA, presente no local, assegurou que esta “manifestação” organizada de forma espontânea demonstra bem que os professores “tomaram consciência dos prejuízos” que já estão a sentir a partir de Janeiro de 2018.
“A disponibilidade que os docentes mostraram para estar aqui, neste dia, em que podiam estar sossegados em casa com as suas famílias e depois de três dias de contestação e de concentrações, expressa bem o descontentamento enorme que paira neste momento entre a classe docente”, adiantou José Pedro Gaspar.
O presidente do SDPA atesta que os professores “não vão aguardar mais tempo” pelas decisões tomadas a nível nacional e relembram que a Região “tem um estatuto próprio” para assumir as reivindicações dos professores apresentadas em novembro passado e que “ainda não foram atendidas”.
“Vimos entrar o senhor presidente, bem como outros membros do Governo, nomeadamente o secretário regional da educação, alguns deles arranjaram estratagemas para não olharem para nós ou não verem a expressão do descontentamento, mas vão ter de olhar mais dia menos dia”, disse.
José Pedro Gaspar admite que os protestos não vão ficar por aqui lembrando que “há uma estratégia própria” que será definida pelo SDPA e que “será concertada nos próximos dias”.
O SDPA iniciou no passado dia 3 de janeiro uma greve de três dias para pedir ao Governo regional o descongelamento “sem constrangimentos” das carreiras ou a “validação da totalidade de tempo de serviço congelado”.
Os professores acompanharam os três dias de greve com manifestações na cidade de Ponta Delgada nomeadamente nas Portas da Cidade, nas Portas do Mar e no Palácio de Santana.
O facto de os três dias de greve se sucederem à pausa de Natal e Ano Novo levou o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, a declarar na semana passada que o sindicato confundiu uma greve com um “prolongamento de férias”, mesmo reconhecendo que a greve é um “direito inalienável de todos os trabalhadores”.
Na resposta, o presidente do SDPA acusou o executivo regional de “prolongar a austeridade” para o setor, ao mesmo tempo que “ataca” a imagem dos docentes com declarações “inaceitáveis”.
O Governo regional garantiu já que, a partir deste ano, cerca de 2.000 professores serão abrangidos nos Açores pelas progressões na carreira docente.
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), outra força sindical da classe na região, não convocou greve para os dias em causa.
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