"Vacina" é a Palavra do Ano para os portugueses. Com 45% dos votos (cerca de 15 mil) e um ano depois do início da campanha de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, a escolha pode não ser uma grande surpresa.

A palavra já tinha sido a escolha do dicionário Merriam-Webster e do dicionário de inglês Oxford (Oxford English Dictionary), ainda que este último tenha preferido o termo "vax" — abreviatura de "vaccine" (vacina) ou de "vaccination" (vacinação).

Na pandemia, há um antes e um depois da vacina. Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen. De toma única, duas doses e, agora, com o reforço. Já ninguém fala no velhinho boletim de vacinas, agora é o certificado de vacinação que abre portas. Começou nos profissionais de saúde, estendeu-se aos grupos mais vulneráveis e, depois, a toda a população (crianças incluídas). Levou à necessidade da criação de uma task force e nela destacou-se um nome: Gouveia Melo. Com autoagendamento ou em regime de Casa Aberta, colocou Portugal num lugar cimeiro a nível mundial, mas também permitiu a redução do número de vítimas da doença e do número de internamentos, tanto em enfermaria como em cuidados intensivos. No total acumulado, em números atualizados esta segunda-feira, mais de 8,6 milhões de pessoas em Portugal têm a vacinação contra a covid-19 completa. E mais de três milhões já levaram a dose de reforço de reforço.

Em segundo lugar, na eleição da Palavra do Ano 2021, ficou "resiliência", que conquistou 30% dos votos, e a fechar o pódio surge "teletrabalho", que arrecadou 9% da votação.

Seguem-se as palavras "bazuca" (6,5%), "criptomoeda" (2,9%), "podcast" (1,9%), "orçamento" (1,4%), "mobilidade" (0,9%), "apagão" (0,7%) e "moratória" (0,6%).

Esta foi a 13.ª edição da iniciativa "Palavra do Ano", e a votação 'online' decorreu de 1 a 31 de dezembro do ano passado.

A Palavra do Ano de 2020 foi "saudade", que recolheu 26,8% dos mais de 40.000 votos registados. A lista das vencedoras da Palavra do Ano inclui, nas edições anteriores, "esmiuçar" (2009), "vuvuzela" (2010), "austeridade" (2011), "entroikado" (2012), "bombeiro" (2013), "corrupção" (2014), "refugiado" (2015), "geringonça" (2016), "incêndios" (2017), "enfermeiro" (2018) e "violência [doméstica]" (2019).

Para a Porto Editora, a promotora da votação, os cerca de 35 mil votos demonstram a "importância desta iniciativa", que "reflete os principais acontecimentos e factos que marcaram o ano em Portugal" e visa "sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, acentuando, assim, o poder das palavras".