Era algo esperado, mas só esta quinta-feira foi tornado oficial. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela primeira vez desde julho de 2022.
E qual a razão para não existir uma nova subida?
De acordo com o Banco Central Europeu (BCE) a inflação na zona euro "desceu consideravelmente em setembro", mas espera-se que "permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo", referiu a entidade em comunicado divulgado após uma reunião de política monetária realizada em Atenas, na Grécia.
Segundo o mesmo, "os anteriores aumentos das taxas de juro decididos pelo Conselho do BCE continuam a ser transmitidos de forma vigorosa às condições de financiamento. Tal está cada vez mais a atenuar a procura, ajudando, desse modo, a reduzir a inflação".
Com base na sua atual avaliação, "o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial" para assegurar que a inflação vai regressar ao objetivo de 2%.
São tudo boas notícias?
Até poderiam ser, mas há algo que preocupa o BCE, concretamente o atual conflito entre Israel e o Hamas.
O Banco Central Europeu, de acordo com a presidente da instituição, Chistine Lagarde, está "muito atento" ao risco económico colocado pela atual guerra, que pode fazer subir os preços da energia.
Os preços da energia tornaram-se “menos previsíveis” e as “tensões geopolíticas crescentes podem levá-los a disparar a curto prazo”, aumentando as pressões inflacionistas, explicou Lagarde em conferência de imprensa, após a reunião do BCE que decidiu deixar as taxas de juro inalteradas.
Com este panorama, “as empresas e as famílias ficam menos confiantes e com maior incerteza quanto ao futuro”, o que pode reduzir o crescimento, acrescentou.
Qual o panorama atual?
A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.
Com base neste cenário, vai assistir-se assim a uma estabilização das taxas Euribor, o que na prática quer dizer que o valor das prestações de crédito vão permanecer iguais nos próximos tempos.
*Com Lusa
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