Esta pílula contracetiva, que é um género de cápsula de gelatina, dissolve-se no estômago e liberta uma estrutura em forma de estrela que se mantém no organismo por três semanas e vai libertando hormonas sintéticas que previnem a gravidez.

O objetivo é conseguir evitar gravidezes indesejadas provocadas por um esquecimento da pílula contracetiva que se toma diariamente, escreve o The Guardian.

No entanto, o produto não está ainda pronto para o mercado, tendo apenas sido testado em animais.

Produtos semelhantes foram testados pela mesma equipa, também em animais, para distribuir pelo organismo medicamentos contra a malária ou antirretrovirais para o VIH.

A novidade neste estudo prende-se com o tempo: foi a primeira vez que esta abordagem foi utilizada para libertar um medicamento por tanto tempo no organismo.

Se o mecanismo funcionar pode até ser aplicado para a administração de outro tipo de medicamentos.

Robert Langer, do Massachusetts Institute of Technology e coautor deste estudo, espera que "haja medicamentos que as pessoas possam engolir que possam durar o tempo necessário para tratar diferentes doenças, como patologias do foro mental, adição a opioides, Alzheimer, VIH", enumerou.

Os cientistas testaram esta pílula contracetiva em seis porcas e concentraram-se nos níveis de progesterona sintética libertada, comparando depois estes resultados com os de cinco porcas a quem foi dada uma pílula oral diária.

As conclusões foram de que a pílula mensal liberta as hormonas de forma mais lenta e prolongada, sendo que aos 21 dias os animais que receberam no novo contracetivo registaram o mesmo nível de hormonas que os que estavam a tomar a dose diária.

Ao fim de 29 dias, as hormonas ainda estavam presentes no seu sangue — em contraste com as pílulas diárias, que desapareceram do organismo em dois dias.

A avançar, este método junta-se aos vários que estão disponíveis, entre os quais a pílula diária, o Dispositivo Intrauterino (DIU), implantes contracetivos — sendo que estes dois últimos duram anos sem precisarem de ser substituídos. A vantagem do novo método contracetivo é prevenir esquecimentos diários, por um lado, e não exigir intervenções médicas, por outro.

Todavia, como em todos os tratamentos hormonais contracetivos, pode ter consequências indesejadas. A escolha do método contracetivo depende de caso para caso e deve ter por base indicações médicas.