Kevin Lewis foi peremptório: "Nunca o presidente Obama, nem nenhum responsável da Casa Branca, ordenaram escutas a algum cidadão americano". Lewis respondia assim às acusações de Donald Trump, esta manhã, através da sua conta pessoal de Twitter, em que denunciou ter sido alvo de escutas antes das eleições de novembro de 2016 por ordem de Barack Obama.

Na sua declaração, o porta-voz de Barack Obama afirmou que uma regra de ouro da Administração Obama era que "nenhum responsável da Casa Branca interferisse com qualquer investigação independente a cargo do Departamento de Justiça". Com esta declaração, Kevin Lewis deixou em aberto a hipótese que efetivamente uma investigação judicial estivesse em curso.

Também Ben Rhodes, que foi assessor de política externa de Obama - além de responsável pelos discursos do ex-presidente - escreveu no Twitter: "Nenhum presidente pode ordenar uma escuta. Essas restrições foram definidas para proteger os cidadãos de pessoas como você [referindo-se a Donald Trump]".

Durante a manhã de hoje, Donald Trump publicou um conjunto de tweets na sua conta pessoal em que acusava Barack Obama de o ter escutado e considerava que era uma situação idêntica à vivida pelo presidente Nixon aquando do Watergate (escândalo político que levou a demissão do presidente em 1972 depois de ter sido descoberta uma rede de espionagem política aos seus adversários). Trump teceu vários comentários, incluindo a comparação das alegadas escutas com o que se passou noutra época da história da América, oMcCarthismo nos anos 50, e que se caracterizou pela perseguição aos comunistas americanos.

Ao que tudo indica, esta torrente de acusações terá tido o seu início com as afirmações de Mark Levin, advogado e anfitrião de um programa de rádio conservador, The Mark Levin Show. Levin defendeu que o Congresso deveria fazer uma investigação ao que designou como táticas de polícia de Estado de Barack Obama com o objetivo de "minar" a campanha de Donald Trump. Estas declarações foram posteriormente retomadas pela Breitbart News, o site de informação liderado por Steve Bannon antes de se tornar diretor de estratégia no staff de Donald Trump.