Criados pelo Príncipe Aga Khan, 49.º Íman hereditário e líder espiritual dos muçulmanos xiitas ismaelitas, os prémios têm um valor de 500 mil dólares (cerca de 445 mil euros), e foram criados com o objetivo de promover a criação artística e musical de raízes islâmicas.
De acordo com fonte da Rede Aga Khan, os prémios foram entregues a dez vencedores de sete categorias, oriundos de 13 países da Ásia, África, Médio Oriente, Europa e América do Norte.
Os prémios foram entregues pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na presença do príncipe Aga Khan e do seu irmão, o príncipe Amyn Aga Khan, de acordo com um comunicado divulgado pela mesma fonte.
"As forças tecnológicas que estão a remodelar o nosso mundo fazem com que os vizinhos que vivem do outro lado do planeta estejam agora tão perto de nós quanto os vizinhos que vivem do outro lado da rua”, disse Aga Khan, no seu discurso.
"Num mundo assim, a paz e o progresso exigem que promovamos uma agenda pluralista e que invistamos numa ética cosmopolita. Estes Prémios para a Música pretendem ser um investimento no sentido dessa promoção", acrescentou.
Os Prémios para a Música foram criados para distinguir a criatividade e o potencial de exceção, e o empreendedorismo nas áreas das atuações musicais, criação, educação, preservação e revitalização em sociedades de todo o mundo, nas quais exista uma presença significativa de muçulmanos.
Os vencedores irão dividir entre si um prémio total de 500 mil dólares, e também colaborar com os Prémios Aga Khan para a Música no sentido de expandir o impacto do seu trabalho e desenvolver as suas carreiras.
Na categoria de "Criação", o prémio foi entregue à compositora e pianista do Azerbaijão, Franghiz Ali-Zadeh, que tem produzido um repertório de música clássica para concerto inspirada nas tradições musicais e literárias daquele país.
Na categoria de "Educação", o prémio foi entregue ao The Omnibus Ensemble, sedeado em Tashkent, no Uzbequistão, onde vem trabalhando para criar uma aproximação artística entre as tradições maqom clássicas locais, e as linguagens da música contemporânea.
Na categoria de "Inclusão social", o prémio foi para Badiaa Bouhrizi, também conhecida pelo seu nome artístico Neysatu, "uma cantautora e compositora da Tunísia que tem usado o seu talento musical para promover a justiça social e os valores do pluralismo e da democracia".
Na categoria de "Preservação, Revitalização e Divulgação", o Prémio foi entregue a dois finalistas: Farhod Halimov, um cantor, multi-instrumentista e compositor de Samarkand, Uzbequistão, que vem preservando o repertório tradicional de canções clássicas de Samarkand; e o Museu Gurminj de Instrumentos Musicais, em Dushanbe, Tajiquistão, que vem preservando e revitalizando o património musical dos povos e culturas da Ásia Central, e, em particular, a cultura musical ismaili da região de Pamir, no Tajiquistão, segundo a nota da Rede Aga Khan.
Na categoria de "Contribuições Importantes e Duradouras para a Música", o prémio foi entregue a três finalistas: Oumou Sangaré, cantautora do Mali, ativa na formação e desenvolvimento das carreiras de jovens em profissões relacionadas com a música; Ballake Sissoko, um músico de kora e compositor do Mali por desenvolver o seu trabalho de formas criativas e inovadoras, mas enraizadas na tradição; e Dariush Talai, músico de tar e setar, musicólogo, compositor e educador iraniano.
Foi igualmente concedido a Mohammad Reza Shajarian o Prémio do Patrono, "um galardão especial em reconhecimento da sua contribuição para o património musical da humanidade, a sua mestria musical e o seu impacto social enquanto intérprete e professor, tanto no Irão, como para além das suas fronteiras".
O júri principal dos Prémios Aga Khan para a Música incluiu Jean During, etnomusicólogo e investigador do Centro Nacional de Investigação Científica; David Harrington, membro fundador e primeiro violinista do Kronos Quartet; Salima Hashmi, pintora e curadora, ex-diretora do Colégio Nacional das Artes de Lahore; Nouri Iskandar, compositor, musicólogo, ex-diretor do Instituto Árabe de Música de Alepo; e Akram Khan, coreógrafo e diretor artístico da Companhia Akram Khan.
A sede mundial do Imamat Isamili, instituição liderada pelo Príncipe Aga Khan, ficará instalada em Lisboa segundo um acordo bilateral assinado em 2015.
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