“As posições assumidas pelo presidente eleito Biden sobre uma visão multilateral de respeito pelo primar do direito e de relação transatlântica forte auguram que possamos ter um incremento das relações com os Estados Unidos, designadamente no seio da NATO”, declarou António Costa.
Falando à imprensa junto do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, após uma visita à sede da Aliança Atlântica em Bruxelas, António Costa vincou que “a Europa não tem a ambição de substituir a NATO, mas de fortalecer a sua própria defesa, nomeadamente no quadro da NATO”.
“Estou certo também que os Estados Unidos compreendem que outras regiões do mundo, designadamente do espaço indo-pacífico, as relações transatlânticas continuarão a ser algo essencial na sua política externa e na nossa relação com Europa e América, sobretudo no quadro da NATO”, vincou o chefe de Governo português.
Já questionado sobre o convite do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, feito a Joe Biden para uma cimeira presencial no primeiro semestre de 2021, durante a presidência portuguesa da União Europeia, António Costa falou numa “articulação de agendas” para permitir também uma visita à NATO.
“O gabinete do presidente do Conselho, Charles Michel, e do secretário-geral, estão em contacto de forma a articular agendas e a poderem aproveitar uma visita do presidente Biden a Bruxelas para poder reunir simultaneamente com a NATO”, adiantou o chefe de Governo português.
Nestas declarações à imprensa, António Costa abordou as explorações e perfurações ilegais turcas nas zonas económicas gregas e cipriotas, vincando que “os conflitos devem ser resolvidos de forma pacífica e dialogada e sem sanções e sem qualquer tipo de confrontação”.
“Se isso é assim em regra geral, por maioria de razão tem de ser assim entre aliados e, por isso, apelei ao secretário-geral para que a NATO pudesse reforçar os seus esforços para encontrar solução que ultrapasse o conflito existente sem deixar de expressar total solidariedade com Chipre e com a Grécia e com o direito que têm a ver preservada a integridade do seu território e as suas águas territoriais”, disse o chefe de Governo aos jornalistas.
Observando que “no seio da UE foram desenvolvidos esforços para que, sem a aplicação de sanções, a Turquia respeite a integridade territorial de Chipre e Grécia”, António Costa adiantou ser “fundamental também que a NATO possa ajudar e colaborar”.
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