
Quando e onde ocorreram os ataques de Israel?
As primeiras explosões foram sentidas em Teerão, capital do Irão, por volta das 3h30, horas locais.
De acordo com a imprensa local, várias áreas residenciais foram também atingidas, apesar do exército israelita ter revelado ter atingido "dezenas de alvos militares, incluindo alvos nucleares em diferentes áreas do Irão".
Horas após os ataques iniciais, foi relatada uma explosão na instalação nuclear de Natanz, localizada a cerca de 225 km a sul da capital, algo que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou posteriormente.
O que diz Israel sobre este ataque?
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, revelou que os ataques eram "uma operação militar dirigida para conter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel", salientando que a operação "continuaria por quantos dias fossem necessários para eliminar a disseminação".
O exército de Israel revelou também que o Irão trabalhava num plano secreto para desenvolver "todos os componentes" de uma arma nuclear.
“O regime iraniano está a seguir um plano secreto de avanço tecnológico em todos os aspetos do desenvolvimento de uma arma nuclear. No âmbito deste plano, cientistas nucleares de alto nível no Irão têm estado a trabalhar em segredo para desenvolver todos os componentes necessários para uma arma nuclear”, disse o exército, em comunicado.
Qual foi a resposta do Irão?
O Irão lançou cerca de 100 drones em direção a Israel na manhã de sexta-feira.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão disse que as suas forças armadas não "hesitariam em defender a soberania do Irão com toda a força e da forma que considerassem apropriada".
Em comunicado, o ministério classificou a operação de Israel como "atos de agressão" e disse que "o governo dos EUA, como principal patrocinador deste regime, também será responsável".
O que disseram os EUA?
O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse que o Irão não esteve envolvido nos ataques e não prestou qualquer assistência.
Disse que a principal prioridade dos EUA era proteger as forças americanas na região.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à emissora Fox News que estava a par de que Israel lançaria ataques contra o Irão e salientou que o Irão "não pode ter uma bomba nuclear".
"O Irão não pode ter uma bomba nuclear e esperamos voltar à mesa de negociação. Veremos", disse o republicano.
Quem foi morto?
As FDI afirmaram que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão (IRGC) e o comandante do Comando de Emergência do Irão "foram todos eliminados nos ataques israelitas em todo o Irão".
Os meios de comunicação social estatais iranianos noticiaram que entre os mortos estavam Hossein Salami, o comandante-chefe da CGRI, Gholamali Rashid, o comandante do Quartel-General Central de Khatam-al Anbiya, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão, Mohammad Bagheri.
A agência de notícias Tasnim, afiliada da IRGC, informou também que seis cientistas nucleares foram também mortos, nomeadamente Fereydoon Abbasi, antigo chefe da Organização de Energia Atómica do Irão, Mohammad Mahdi Tehranchi, que esteve envolvido no programa de armas nucleares do Irão, Abdulhamid Minouchehr, chefe de engenharia nuclear da Universidade Shahid Beheshti do Irão, Ahmad Reza Zolfaghari, professor de engenharia nuclear na Universidade Shahid Beheshti, Amirhossein Feqhi, outro professor de engenharia nuclear na Universidade Shahid Beheshti, Ali Shamkhani, conselheiro sénior do líder supremo iraniano.
Quais foram as reações?
O movimento islamista palestino Hamas alertou que os ataques israelitas ameaçam "desestabilizar a região", enquanto a Arábia Saudita condenou as "agressões flagrantes".
Omã, mediador nas negociações entre Teerão e Washington, criticou os ataques como uma "escalada perigosa" que ameaça a estabilidade regional.
A Casa Branca anunciou que Trump convocará o Conselho de Segurança Nacional para analisar a situação.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu às partes que "recuem e reduzam as tensões urgentemente". O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, também considerou "essencial mobilizar todos os canais diplomáticos para apaziguar" a situação.
Para o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, trabalhar para uma desescalada é "crucial".
A China afirmou que "se opõe a qualquer tipo de violação da soberania" do Irão e ofereceu-se para "desempenhar um papel construtivo" para acalmar a situação no Oriente Médio.
Comentários