Em declarações durante uma arruada, em Braga, Catarina Martins foi confrontada sobre o facto do líder do PSD, Rui Rio, já ter nomes escolhidos para as pastas caso venha a formar Governo.

"Eu às vezes fico algo perplexa por estarmos na última semana de campanha e haver partidos que falam de tudo menos do país que querem", respondeu.

A líder bloquista estranha assim, que "nalguns partidos" e "tão perto das eleições" legislativas de domingo, ainda não tenha sido possível perceber que "programa é que querem".

"O que é que vão fazer sobre as pensões? Como é que vão responder aos trabalhadores por turnos e de trabalho noturno? Exatamente qual é a proposta que têm para proteger o Serviço Nacional de Saúde? Isso é o que conta. O que é que vão fazer com os transportes?", perguntou.

Questionada sobre a quem se dirigiam estas críticas, Catarina Martins lembrou que lhe perguntaram sobre partidos que estão "a discutir nomes antes de discutir proposta".

"Nós, no Bloco de Esquerda, estamos a apresentar programa, estamos a apresentar proposta para puxar pelo país e não há ninguém que não saiba que a força que o BE tiver nas eleições será a força para tudo o que pudermos fazer para melhorar a vida concreta das pessoas: salários, pensões, saúde, transportes, transição ecológica", respondeu.

Catarina Martins, também questionada sobre uma publicação na rede social Facebook do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na qual critica uma fotografia onde a líder do BE aparece com menores de idade com ‘t-shirts’ com o símbolo da canábis, começou por dizer que não ouviu o autarca.

"Devo dizer que o BE tem uma posição clara e estou muito preocupada com o facto da Câmara Municipal do Porto estar a mandar famílias fora das suas casas quando não tem nenhuma outra resposta e acho que era bom que Rui Moreira dissesse às famílias da cidade que precisam de uma casa qual é a resposta que lhes dá", condenou.

Mas, se calhar, rematou Catarina Martins, "entreter-se a falar do Bloco de Esquerda sobre matérias que não têm a ver com a autarquia é uma forma de fugir às suas responsabilidades".

Já sobre as declarações do histórico socialista Manuel Alegre, que defendeu que o PS não precisa de "professores de esquerda", a dirigente bloquista não deu uma resposta direta.

"Nós construímos pontes quanto lutamos por uma maioria social que seja uma maioria política por salários mais justos, para combater a precariedade, para puxar pelas pensões, para defender o Serviço Nacional de Saúde", disse apenas.

(Notícia atualizada às 21h18)