“Foi com algum desencanto que tivemos este resultado, aliás, foi bem marcante que a luta foi entre os dois grandes partidos, o PS e o PSD. O PSD fez um esforço enorme para manter a maioria, o que não conseguiu, e essa foi a vantagem, a hegemonia do PSD devia ser quebrada”, afirmou Miguel Teixeira, em declarações à agência Lusa.

Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o Chega ficou na 13.ª posição nas eleições regionais de domingo, reunindo 0,43% dos votos, um resultado que o cabeça de lista considerou “bastante aquém”.

“Na coligação às europeias obtivemos precisamente o dobro do que obtivemos hoje, mas deveu-se precisamente ao que disse, foi a luta entre os que queriam cortar com a hegemonia do PSD. Os votos foram desviados para o PS, porque o PSD manteve exatamente o mesmo número de votos”, indicou.

De acordo com Miguel Teixeira, “a esquerda juntou-se ao PS”, impedindo a maioria absoluta do PSD, no entanto, alguns partidos ficaram “feridos”, como o Juntos Pelo Povo (JPP), que perdeu deputados, enquanto outros “desapareceram” da Assembleia Legislativa, como foi o caso do Bloco de Esquerda (BE).

O presidente da direção nacional do partido, André Ventura, expressou hoje uma opinião semelhante, em comunicado, referindo que os novos partidos foram prejudicados pelo “efeito da bipolarização”.

Em 254.750 inscritos para votar, o Chega conseguiu 619 votos, ficando à frente do PDR, PCTP/MRPP, MPT e PNR.

O partido teve como grandes bandeiras o fim da corrupção, a redução de deputados no parlamento regional e a diminuição de impostos, com a convicção de que iria eleger deputados para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o que não se verificou.

Ainda assim, Miguel Teixeira espera um resultado “completamente diferente” daqui a 15 dias, nas eleições legislativas de 06 de outubro.

“Tenho a certeza de que vamos ter um resultado excelente aqui na Madeira, não tenho dúvidas nenhumas. Estamos a ser muito bem recebidos, o partido é novo, já está a ser conhecido na ilha. Aliás, fomos a quinta força mais votada no Porto Santo”, mencionou.

O PSD venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais.

O líder do PSD/Madeira e atual presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, disse no domingo que um eventual acordo com o CDS-PP para ter uma maioria que permita a governação na Madeira passará por “uma coligação de Governo”.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados.

O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo Juntos Pelo Povo (JPP), com 5,47% e também três parlamentares.

A CDU conquista um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos.

Mais nenhum partido conseguiu eleger deputados.