"É o que inscreveremos no nosso programa eleitoral, é a proposta que faremos na Assembleia da República. Agora a grande questão está em saber quem nos acompanhará", declarou Jerónimo de Sousa, no início de uma audição pública sobre políticas para a juventude, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP considerou que estão neste momento em discussão no parlamento "alterações gravosas" ao Código de Trabalho e acusou o PS de ter os jovens como "alvo preferencial", ao querer sujeitá-los a "seis meses de período experimental sem direitos", e de não combater devidamente os contratos precários.

Depois, sem nomear nenhuma empresa, Jerónimo de Sousa criticou as "novas formas de exploração que atingem centenas ou milhares de jovens, jovens de bicicleta, de mochila amarela às costas, pedalando avenida acima, avenida abaixo, para eventualmente ir entregar uma refeição ou uma encomenda, pela qual receberão uma meia dúzia de cêntimos".

"Quanto é que ganham esses jovens? Que horários têm? Que vínculos têm à empresa cujo nome trazem às costas? Se amanhã ficarem doentes, têm direito a baixa? Que equipamentos de segurança lhes são atribuídos pela empresa?", questionou.

Jerónimo de Sousa defendeu que o voto na CDU (PCP/PEV) nas legislativas de 06 de outubro é a maneira de assegurar que não se retrocede e de se conseguir novos avanços em matérias como o salário mínimo, as propinas e a gratuitidade dos manuais escolares, em que apontou "hesitações" ao PS.

O PCP é pela "defesa da escola pública, gratuita e de qualidade" e pela "garantia de um ensino superior que elimine desequilíbrios e injustiças com o fim dos exames nacionais de acesso e a redução progressiva dos 'numerus clausus'", referiu.

Por outro lado, Jerónimo de Sousa salientou que a CDU tem nas suas listas "jovens nos lugares mais destacados".

O secretário-geral do PCP deu como exemplo o círculo de Lisboa, no qual é cabeça de lista, onde "dois jovens com menos de 30 anos, mas já com provas dadas", Alma Rivera e Duarte Alves, "são o segundo e o terceiro candidatos" - lugares que há quatro anos foram ocupados por Rita Rato e Miguel Tiago.