“Se eventualmente houver necessidade de uma convergência com o Partido Socialista, nós iremos analisar, isto, se os nossos objetivos da justiça social e da justiça climática forem respeitados”, ressalvou Joacine Katar Moreira, considerando que o Livre não é “a favor de nenhuma maioria absoluta”.
A dirigente falava hoje em Marvila, durante uma visita à Batoto Yetu, Associação Cultural e Juvenil que trabalha com jovens e crianças interessados na cultura africana, provenientes de meios económicos mais ou menos desfavoráveis.
“O ideal é que haja sucessivamente necessidade de convergências para governação”, admitiu Joacine Katar Moreira.
A cabeça de lista do Livre pelo círculo de Lisboa recordou ainda que foi o seu partido que, nas anteriores legislativas, apontou a necessidade de uma convergência governamental à esquerda.
“Há uns anos, nomeadamente há quatro anos, fomos nós que iniciámos esta necessidade de que era fundamental haver uma convergência à esquerda”, disse a candidata, acompanhada pelo mandatário do Livre, Rui Tavares.
Para Rui Tavares, a convergência à esquerda – a chamada ‘geringonça’ – tornou desnecessária qualquer pressão de voto útil.
“As mudanças que o Livre ajudou a introduzir na política portuguesa, desde logo a convergência à esquerda, tornou desnecessária qualquer pressão de voto útil. Ela não existe”, garantiu, alertando que a maioria dos portugueses não está “nada preocupada” com a possível maioria absoluta do PS, mas sim com sinais extremistas, como noutros países.
Na ótica de Rui Tavares, sinais de extrema-direita, xenofobia e nacionalismo seriam “uma má notícia para a democracia”.
O fundador do Livre defendeu que o próximo governo deverá dar sinais de mais diversidade e de uma política diferente, mais aberta e responsabilizada, que não se pareça com, o que considera ser, a atual política: “cartelizada e carreirista”.
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