"Uma campanha intensa, muito marcada pela bipolarização, no entanto, uma bipolarização feita de confronto de características pessoais [entre o social-democrata Miguel Albuquerque e o socialista Paulo Cafôfo] e de tricas partidárias, e menos no debate de ideias, que é o fundamental", disse o candidato, no decurso de uma arruada no centro do Funchal.

Militantes e simpatizantes do Bloco de Esquerda percorreram algumas das principais artérias da capital madeirense, numa arruada animada por elementos de um grupo folclórico, envergando trajes típicos, e com a presença da eurodeputada bloquista Marisa Matias.

Os músicos entoavam canções tradicionais madeirenses, fazendo alguns transeuntes parar e bater o pé, os militantes agitavam as bandeiras, distribuíam material de campanha e cantavam "É esquerda, é Bloco, é Bloco de Esquerda", e Marisa Matias atraía muitas atenções e distribuía sorrisos e beijinhos.

"O debate dos problemas reais não tem estado tão presente como deveria [na campanha], sobretudo nos dois principais partidos", disse Paulino Ascenção, vincando que o BE, por seu lado, "aponta os problemas fundamentais".

O cabeça de lista destacou a "subordinação da economia e da política a grupos privados", afirmando que "têm tudo controlado".

"Uma teia de interesses que não permite que nenhuma iniciativa floresça fora desse universo, seja iniciativa empresarial, cultural, desportiva ou outra. Só quem se insere nesta teia é que consegue ter sucesso nesta terra", disse.

E reforçou: "Esse é o grande problema, o grande nó górdio que é preciso enfrentar".

O BE tem dois deputados no parlamento regional e Paulino Ascenção diz que o objetivo é "crescer", mas "sem fixar uma meta concreta".

As eleições legislativas da Madeira decorrem domingo, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta - com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.

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