"Eu em relação à Madeira espero que haja uma forte participação eleitoral, como espero nas eleições europeias", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, à saída de uma iniciativa no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.
Confrontado, depois, com críticas que lhe foram dirigidas pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que se recandidata pelo PSD, o chefe de Estado assumiu-se como "responsável por tudo" enquanto "garante regular do sistema".
"E eu não omito que tive de tomar decisões que não esperava, em simultâneo. Eu dissolvi três vezes [a Assembleia da República e os parlamentos regionais dos Açores e da Madeira] no espaço de dois meses, duas delas por causa de crises na justiça, de processos judicias, outra por uma crise que já está superada", referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "nos Açores acaba de ser votado o Orçamento, quer dizer que foi superada com a eleição a crise, há Governo e o Governo votou o Orçamento que tinha provocado a crise".
"Eu espero que na Madeira a solução que venha a sair da vontade dos madeirenses possa permitir também isso, que rapidamente haja o Orçamento que não foi possível votar anteriormente. A nível nacional, já sabem que aquilo que eu espero: que haja estabilidade e essa estabilidade permita votar o Orçamento para o ano que vem. Vamos ver se isso acontece", acrescentou.
À saída do Hub Criativo do Beato, onde participou no lançamento da organização não governamental (ONG) Mundu Nôbu, fundada por Dino D'Santiago e Liliana Valpaços, o Presidente da República foi também interrogado sobre a avaliação que os portugueses fazem da sua atuação.
Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que tem havido estudos de opinião com valores de aprovação diferentes, mencionando alguns, e comentou que "isso é a força da democracia".
"Na democracia há várias sondagens diferentes sobre a mesma matéria, e há várias sondagens diferentes ao longo do tempo. As pessoas num momento gostam mais, depois noutro momento gostam menos. Depois voltam a gostar mais e depois voltam a gostar menos, ou continuam a gostar muito ou continuam a gostar pouco. E é assim. E é assim que deve ser", considerou.
Em seguida, o chefe de Estado, que foi eleito em 2016 e reeleito em 2021, realçou que já não vai a votos: "Às vezes isso [as sondagens] condiciona os políticos, porventura, sobretudo quando têm eleições. Eu percebo que olhem para as sondagens e digam: estamos perto das eleições, estamos perto das eleições numa região autónoma, vamos fazer mais isto ou aquilo em função das eleições. Eu não tenho mais eleições".
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