"A nossa esperança é que as pessoas nos entendam e que ganhemos as eleições", disse em entrevista à agência Lusa, sublinhando, no entanto, que o partido é "realista" e, se eleger apenas um deputado, "estará sempre na disposição de viabilizar acordos, caso a caso, para aprovar leis que sejam liberais".
Nuno Morna entende que região autónoma está perante um cenário de "bipolarização negativa" nas eleições de 22 de setembro, marcado por uma "falta completa de ideologia" e por uma disputa entre o PSD, que governa o arquipélago há quatro décadas, e o PS.
"Há dois partidos a tentar o tudo por tudo para convencer os eleitores de que, entre um e o outro, não há mais opções", disse, sublinhando que o fazem "pela negativa", porque o discurso político é "muito baixo" e assenta numa "contenda entre inimigos e não numa contenda entre adversários".
"Falta completamente ideologia, até porque, na nossa perspetiva, os dois principais partidos são da mesma área ideológica - social-democrata, socialista - não vejo diferenças nenhumas nisso", realçou.
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal esclareceu que o partido é formado por pessoas "situadas ao centro e mais inclinadas para a direita", mas garantiu que não se trata de um "fragmento" da direita, constituindo antes um "reaparecimento do liberalismo".
"Para ganharmos as eleições regionais temos de ter, pelo menos, 24 deputados [número que garante a maioria absoluta] e obviamente que essa é sempre a perspetiva", realçou, afirmando que "ninguém pode ir para uma eleição sem pensar que tem o melhor programa, as melhores pessoas e as melhores soluções".
Nuno Morna, que tem 58 anos e é técnico de informação e comunicações aeronáuticas, mas também ator, encenador e promotor cultural, assume, no entanto, que o partido é igualmente "realista".
"Podemos dizer agora, e são poucos os partidos que o podem dizer, que vamos ter o melhor resultado de sempre nas eleições regionais [porque é a primeira vez] e gostávamos muito de ter um grupo parlamentar na Assembleia Legislativa", disse.
Nesse caso, a Iniciativa Liberal admite viabilizar acordos para aprovar leis liberais, mas não equaciona participar em coligações para autorizar governos minoritários.
"A nossa preocupação é só uma: criar as condições para que, no dia 22 de setembro, elejamos um grupo parlamentar, o resto logo se verá", salientou.
Nuno Morna indicou, por outro lado, que o partido vai apresentar ao eleitorado madeirense 180 propostas para transformar a região autónoma, entre as quais a criação de um sistema fiscal próprio e com redução de impostos, a aposta na economia do mar, no ambiente e na educação, bem como no setor da saúde, onde privilegia a manutenção das infraestruturas existentes em vez da construção de novas unidades.
"Mais vale manter aquilo que temos do que andar a construir e a ‘betonizar' cada vez mais a Madeira, esquecendo que tudo aquilo que se constrói depois temos que manter", alertou.
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