“O objetivo do JPP é manter ou crescer”, disse o cabeça de lista, Élvio Sousa, numa entrevista à agência Lusa a propósito das eleições legislativas regionais, marcadas para 22 de setembro.
O candidato criticou a divulgação de “vencedores antecipados com base em estudos de opinião ou sondagens”, apontando que “basta confrontar com dados concretos pós eleitorais para chegar à conclusão que estes não são totalmente fiáveis”.
O também arqueólogo madeirense defendeu que “um governo de não maioria é um governo com maior pluralidade e maior capacidade de resolver os problemas da população”.
A posição do partido em relação ao PSD é “muito clara”, disse, insistindo que os sociais-democratas são o principal “adversário político” do JPP, pelo exclui “qualquer hipótese” de coligação com o partido que suporta atualmente o Governo Regional.
Mas, o partido também “não está interessado em entendimentos com o PS ou outro partido qualquer”, nem pretende “dar carta branca” aos socialistas, porque não está na génese do JPP “qualquer assalto ao poder”, já que, afirmou, o partido se posiciona “cada vez mais distante do arco da governação”.
Se a necessidade de uma coligação surgir, o cabeça de lista enfatizou que “aquilo que vai suceder num período pós eleitoral é a consulta da população, por diversas formas, dos órgãos do partido e depois é a consciência coletiva que vai prevalecer”.
“Por isso, não temos nenhuma pretensão artificial ou materialista de estabelecer qualquer acordo com qualquer partido”, referiu, enunciando que será garantido à população que o JPP está “totalmente isento”.
O cabeça de lista anunciou que “é a partir de 2023” que o JPP vai estar “preparado para governar”.
O JPP, que governa o município de Santa Cruz, “não tem a pretensão de vender a sua forma de estar a qualquer preço, enganando a população”.
Élvio Sousa considerou ser constatável que “as pessoas têm o desejo de uma mudança” na região mas, no seu entender, “a verdadeira coligação” é de caráter “comercial e empresarial, já foi feita há mais de um ano” na Madeira.
“Neste momento, os cabeças de lista a deputados - não a presidentes dos governo - são atores que estão a ler o que o ‘lobby’” económico lhes dá para ler e é isso que preocupa o projeto do JPP”, declarou.
O candidato assegurou ainda que os elementos do JPP não estão a ser “telecomandados nem por Lisboa, nem por qualquer grupo económico”.
Sobre a campanha eleitoral, Élvio Sousa diz que “já está a ser feita durante todo o ano” pelo partido, assente na proximidade com as pessoas, sem comícios, “começando devagarinho no início de setembro”, sem qualquer tipo de "stress ou intranquilidade".
O JPP estreou-se nas eleições regionais de 2015 e foi a grande surpresa da noite: obteve 13.114 (10,28%), sendo a quarta força mais votada, com a eleição de cinco deputados.
*Por Ana Basílio (texto) e Homem de Gouveia (foto), da agência Lusa
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