Nas jornadas parlamentares do PSD, primeiro Pedro Santana Lopes e depois Rui Rio falaram, à porta fechada, perante os deputados do partido, com vista a apresentar as ideias com que se apresentam às eleições diretas para a liderança do partido em 13 de janeiro.
“Aquilo que o PSD tem de escolher acima de tudo é perceber que líder do PSD os portugueses querem, em quem é que os portugueses se reveem melhor, em mim ou no dr. Pedro Santana Lopes, que já foi primeiro-ministro”, afirmou.
Para Rui Rio, se “aos portugueses for mais ou menos indiferente” então os militantes do PSD têm uma maior liberdade de escolha.
Se, como acredita, os portugueses preferem a sua candidatura, deixa um conselho aos militantes: “Aconselharia a votar no que está mais próximo da vontade dos portugueses, será mais fácil o PSD impor-se depois na sociedade portuguesa se houver essa empatia mutua”.
Classificando os deputados do PSD como “uma plateia igual às outras”, Rui Rio elogiou a iniciativa da direção do grupo parlamentar em dar palco aos dois candidatos.
“Os deputados vão continuar a fazer oposição ao governo independentemente de quem é o líder”, disse, salientando que sempre que houve mudanças internas o novo presidente “herda” o grupo parlamentar do anterior.
Ao contrário de Santana Lopes, Rui Rio disse ter a convicção que a legislatura vai chegar ao fim - "é uma convicção, não algo científico", disse - e desvalorizou a componente dos afetos na política.
“O doutor Sá Carneiro não foi campeão dos afetos, o doutor Cavaco Silva também não e tiveram o sucesso que tiveram”, afirmou.
Perante os deputados, Rui Rio falou sobre as suas propostas de reforma do sistema político – elogiou o sistema alemão, um misto entre círculos regionais e nacional – mas, aos jornalistas, escusou-se a concretizar qualquer proposta, dizendo que se limitou a avançar várias ideias.
“A posição do seu partido não tem de ser a do seu líder”, disse, alertando que para reforar o sistema político o PSD precisará de consenso com outros partidos, nomeadamente com o PS.
Na reunião com os deputados, o anterior líder parlamentar Luís Montenegro fez questão de pedir ao candidato que concretizasse melhor a sua proposta de reforma do sistema político e defendeu que o essencial é combater o que chamou de “esquerdização da sociedade”.
O antigo autarca da Câmara do Porto foi ainda questionado se concordou com o rumo económico seguido pelo anterior Governo de Passos, ao que respondeu afirmativamente. Segundo relatos de deputados presentes, Rio disse que não faria nada diferente da anterior ministra Maria Luís Albuquerque no sentido de manter as contas públicas equilibradas.
Os dois candidatos cruzaram-se dentro da sala, onde se cumprimentaram, e ao presidente do partido, Pedro Passos Coelho, que não se irá recandidatar ao cargo que ocupa desde 2010.
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