O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, definiu hoje como "clara e inequívoca" a vitória do partido nas regionais de domingo, mesmo reconhecendo um novo "quadro parlamentar desafiante" que resulta da perda da maioria absoluta socialista.
"As eleições terminaram. O PS venceu estas eleições e, nos próximos tempos, começa esse trabalho de também ser esse garante de estabilidade, de segurança, para que os Açores e açorianos possam sair desta situação complexa em que vivemos derivada da situação da pandemia de covid-19", disse.
E acrescentou: "O PS venceu estas eleições e, nos próximos tempos, começa esse trabalho de também ser esse garante de estabilidade, de segurança, para que os Açores e açorianos possam sair desta situação complexa em que vivemos".
Da "mais de uma dezena de projetos" que foram a votos, o "mais votado foi o projeto do PS", e portanto esta foi "a noite da vitória eleitoral" socialista, disse ainda o presidente do PS/Açores.
"O PS ganhou estas eleições, ganhou com mais votos e mais mandatos, ganhou em sete das nove ilhas da nossa região. Ganhou de forma clara e de forma inequívoca estas eleições", embora, "à semelhança do que já aconteceu no passado", em 1996, sem maioria absoluta, sinalizou ainda Vasco Cordeiro.
Também António Costa, secretário-geral do PS, saudou a "sétima vitória consecutiva" alcançada no domingo pelo seu partido nas eleições regionais dos Açores e invocou a autonomia regional para remeter para os socialistas açorianos a "construção das soluções" de governo.
Todavia, apesar da vitória, o partido não cumpre o seu principal objetivo: manter a maioria absoluta. E os partidos da oposição já reagiram aos resultados.
Rio destaca resultado “francamente positivo” do PSD e desgaste do PS
O presidente do PSD, Rui Rio, destacou hoje “o resultado francamente positivo” nas eleições regionais dos Açores, considerando que a perda da maioria absoluta do PS mostra “um notório desgaste do governo regional” socialista, tal como do executivo nacional.
Na sede do PSD/Porto, Rui Rio falou aos jornalistas pouco depois de se conhecerem os resultados finais das eleições dos Açores, nas quais o PS perdeu a maioria absoluta, elegendo 25 deputados do total de 57 parlamentares da Assembleia Legislativa Regional.
“Queria começar por realçar o resultado francamente positivo que o PSD alcançou nos Açores e o resultado muitíssimo abaixo daquilo que eram as expectativas do PS para estas eleições”, referiu.
O presidente do PSD comparou os números dos dois maiores partidos e referiu que o PS “perdeu 7,5% dos votos e perdeu cinco deputados regionais”, enquanto o “PSD subiu 3% e subiu dois deputados regionais”.
“Há um notório desgaste do governo regional, tal como aqui, no continente, há um notório desgaste do Governo nacional, mas mesmo assim o resultado francamente positivo”, apontou.
O presidente do PSD, Rui Rio, que rejeitou intrometer-se nas decisões da estrutura regional dos Açores, admitiu que, tendo em conta o fracionamento da direita, “não é fácil conseguir juntar todos os partidos” numa maioria.
“Em face destes resultados, a governabilidade dos Açores não é simples, porque a esquerda não consegue maioria”, afirmou.
Sendo “verdade que a direita tem mais do que a esquerda” e que “a direita toda, efetivamente, consegue” atingir uma maioria, Rui Rio apontou que “a direita toda é muito fracionada, tem muitos partidos e, portanto, é algo que não será fácil”.
“Não me quero intrometer naquilo que é uma decisão que cabe à comissão política regional dos Açores, e sabem que isto é sempre melindroso. As autonomias são sempre muito ciosas da sua autonomia”, justificou, perante a insistência dos jornalistas para uma abertura do PSD em juntar-se aos partidos de direita que conseguiram eleger deputados.
Assim, “não como presidente do PSD, mas analisando os resultados”, o social-democrata reiterou que “não é fácil conseguir juntar os partidos à direita porque, ainda por cima, são muitos”.
“Tenho a minha ideia sobre aquilo que eventualmente irá acontecer, mas não queria dizer”, disse apenas.
Assim, de acordo com Rui Rio, “será o PSD nos Açores que irá determinar aquilo que pretende fazer, sendo que antes disso também o PS, que é quem vai ser chamado a fazer o Governo regional, terá de decidir a forma como o irá o fazer”.
“O primeiro passo é do PS e não do PSD, porque foi mais votado do que o PSD”, sinalizou.
Questionado sobre se ficaria surpreendido se outro partido à direita do PSD viabilizasse um governo minoritário socialista nos Açores, o presidente do partido respondeu apenas: “penso que não é muito normal o CDS, no continente, assumir uma posição feroz e violenta contra o PS e depois, numa região autónoma, fazer uma coligação de Governo”.
O presidente do PSD/Açores disse este do domingo que o partido tem “total disponibilidade para o diálogo” e para a “concertação”, após os resultados das eleições regionais, frisando, contudo, que não se comove por “posições extremistas”.
“Do ponto vista do quadro parlamentar que hoje existe, posso garantir-vos humildemente a minha total disponibilidade para o diálogo, para a concertação, e não haverá nenhuma declaração unilateral sem antes interpretarmos a vontade do povo”, declarou José Manuel Bolieiro.
O líder social-democrata açoriano falava na sede do partido em Ponta Delgada, após terem sido conhecidos os resultados das regionais, que ditaram a perda de maioria absoluta do PS.
À porta da sede do PSD/Açores, juntaram-se dezenas de apoiantes social-democratas, que agitaram bandeiras do partido e da região e entoaram o nome do líder.
Questionado sobre uma possível coligação à direita para poder governar (que teria de incluir CDS, Chega, Iniciativa Liberal e PPM), José Manuel Bolieiro frisou que não se comove por “atitudes extremistas”.
“Devo afirmar hoje, como sempre, que atitudes extremistas e populistas não me comovem, nem creio que interessam aos açorianos, mas também acho que os açorianos já deram provas, e os seus representantes, de que não são extremistas nem populistas”, afirmou.
O líder do PSD/Açores salientou que a nova composição parlamentar é “tão polivalente que pode admitir tudo” e frisou que é o “parlamento que determina a formação do governo”.
“Reafirmo a minha total disponibilidade para assumir responsabilidades, mas nunca através de uma declaração unilateral, sempre com humildade, e disponível para o diálogo e para a concertação que interprete bem a vontade do povo”, apontou.
Bolieiro disse que, face aos resultados eleitorais, a democracia açoriana “vive hoje uma noite histórica na autonomia”.
Açorianos estão a libertar-se do socialismo, diz André Ventura
“O povo açoriano está a libertar-se do socialismo, que é crónico, difícil e corrupto muitas vezes na região, como no continente. Hoje damos uma grande passo na luta contra a corrupção. E não tenho dúvidas de que o Chega é o grande responsável”, afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas num hotel de Ponta Delgada, onde está a acompanhar a noite eleitoral.
Questionado sobre se o partido tinha provocado um terramoto político esta noite, tal como tinha afirmado durante a campanha eleitoral, na qual estabeleceu como meta a eleição de três deputados, Ventura respondeu: “Já há terramoto. O PS perdeu a maioria absoluta”.
Na primeira vez que concorre nos Açores, o Chega obteve 5,06% (5.260 votos) e elegeu dois deputados, entre os quais o líder regional do partido, Carlos Furtado, pelo círculo eleitoral de São Miguel.
"Os Açores estão finalmente a querer mudar de rumo", afirmou Carlos Furtado, sublinhando que "o povo está atento e com vontade de corrigir as assimetrias deixadas" por 24 anos de governação do PS.
"André Ventura foi e é uma pedra fundamental neste projeto. O Chega/Açores é também o teu Chega", acrescentou, com o líder nacional a assistir.
O líder nacional do Chega rejeitou domingo à noite qualquer acordo de coligação que permita à direita governar os Açores, depois de o PS ter perdido a maioria absoluta, lembrando que foi o PSD que se afastou do seu partido.
“Amanhã ao almoço, quando estiverem todos sentados a definir um acordo de coligação, eu sei que partido não vai lá estar. Esse partido é o Chega”, afirmou André Ventura, em reação aos resultados finais das eleições legislativas regionais, num hotel de Ponta Delgada.
“Nós temos valores e convicções. Ou aceitam ceder e juntar-se a nós nestas convicções ou nós não aceitamos vender-nos por lugares, nem por governabilidades, nem por chantagens, que é isso que os outros partidos estão a fazer”, acrescentou.
Presidente do PPM diz que PS recebeu "cartão vermelho"
O presidente do Partido Popular Monárquico (PPM) disse no domingo que o Partido Socialista (PS) já “não é uma força que possa governar” nos Açores e que o povo açoriano deu “um cartão vermelho” ao governo de Vasco Cordeiro.
“Neste momento, somos uma força a considerar na formação do futuro governo açoriano. Nós, nesta campanha, andámos sempre a dizer que o governo [regional socialista] estava cansado e já não tinha ideias. O povo açoriano mostrou isso dando-lhe um cartão vermelho”, referiu Gonçalo da Câmara Pereira, em declarações à agência Lusa.
O PPM elegeu dois deputados (um deles com o apoio do CDS-PP), duplicando assim a sua representação no parlamento.
Gonçalo da Câmara Pereira destacou que o PPM consegue agora formar um grupo parlamentar, com as eleições de Paulo Estêvão, pelo círculo eleitoral do Corvo em coligação com o CDS-PP, e Gustavo Valadão Alves, eleito pelo círculo eleitoral das Flores.
“Consegue criar um grupo parlamentar, não conseguimos meter o terceiro por pouco”, apontou.
Gonçalo da Câmara Pereira disse ainda que o partido não está disposto a viabilizar um governo PS nos Açores, após conversar com o líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão.
“Estão fechadas todas as portas. A campanha foi toda isso: foi tirar a maioria absoluta. O PS agora governe com quem quiser […]. Isso é o que tenho ouvido do doutor Paulo Estêvão”, comentou.
O dirigente alertou ainda o PS para as eleições autárquicas que acontecem no próximo ano.
“Vamos ver se o Governo da República olha para estes resultados e se começa a rever, a fazer uma nova política, ou será castigado nas próximas eleições também”, observou.
Líder do CDS-PP diz que partido corresponderá à “vontade de mudança”
O líder do CDS-PP afirmou que os órgãos regionais do partido saberão “ler a vontade de mudança” que os eleitores açorianos expressaram nas urnas, mas sem clarificar se poderá contribuir para uma maioria do PS.
“O CDS foi um partido determinante para tirar a maioria absoluta ao PS e é um partido fundamental e insubstituível para a mudança que os Açores precisam. O CDS-PP é a direita que soma e não que fratura e divide, vai estar certamente à altura das suas responsabilidades e os órgãos regionais do partido saberão ler a vontade de mudança que os açorianos expressaram”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos em declarações aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa.
Questionado se o CDS-PP está disponível para viabilizar uma solução governativa do PS ou se defende uma coligação à direita, Rodrigues dos Santos não foi claro na resposta.
“Nós seremos uma direita que vai acrescentar e somar, mas não dividir e fraturar o nosso espetro político. Os açorianos preferiram esta mudança, remeto esta reflexão sobre este sentido de mudança par aos órgãos regionais do CDS-PP, que saberão bem interpretá-lo”, disse.
Questionado se os eleitores do CDS-PP compreenderiam que o partido se pudesse aliar ao PS nos Açores quando é oposição aos socialistas a nível nacional, Rodrigues dos Santos repetiu ter confiança na forma como os órgãos regionais vão iniciar “um ciclo de conversações para expressar este sentido de mudança”.
“Eu sou um homem de direita e hoje acredito que a direita serena, dos valores, deu uma grande lição ao país”, afirmou.
Aliança ficou "aquém das expectativas" mas considera positiva derrota do PS
O Aliança manifestou hoje ter ficado aquém das expectativas nos resultados das eleições legislativas regionais dos Açores, mas salientou que, mais do que a derrota do partido, o saldo positivo foi o PS ter perdido a maioria absoluta.
“Foi um resultado muito aquém das expectativas”, disse em declarações à Lusa João Pacheco, vice-presidente do Aliança e mandatário da lista, reconhecendo ter falhado nos círculos a que concorreu, nomeadamente São Miguel, Terceira e de compensação.
João Pacheco reconheceu que o partido não conseguiu passar a sua mensagem, avançando que irá agora, em comissão política regional, “avaliar as razões” pelas quais a mensagem não passou.
“O que sai de positivo é o PS ter perdido a maioria absoluta, os açorianos terem uma visão de futuro diferente. A hegemonia socialista acabou e conseguimos dar um novo rumo à região”, salientou.
O responsável lembrou ainda que a abstenção “também diminui”, apesar de ter sido pouco, mas recordou que os açorianos viram agora mais forças políticas “com vontade e força no parlamento”.
“Mais importante do que a nossa derrota é a vitória da democracia e do povo açoriano, mais importante que o resultado do Aliança é o resultado de todos os partidos. E dá-nos um novo ‘elã’ para o futuro dos açorianos não depender única e exclusivamente de um partido. É uma vitoria extraordinária do povo açoriano e congratulamo-nos mais do que a nossa derrota saber que os açores têm futuro e que não estão presos a um só partido”, salientou.
O Aliança/Açores decidiu encerrar em 20 de outubro a campanha eleitoral de rua, devido à pandemia de covid-19, mantendo apenas a presença "nas plataformas digitais" e nos debates marcados.
No dia em que anunciou o fim da campanha na rua, o líder do Aliança nos Açores, Paulo Silva, fez um balanço “extremamente positivo” da campanha do partido para as eleições regionais manifestando-se confiante na eleição de dois deputados.
“Foi um balanço extremamente positivo. Foram 94 dias antes de entrarmos propriamente na campanha eleitoral, percorremos as nove ilhas dos Açores pelo mar, identificámos situações problemáticas e que transmitimos à Autoridade Regional de Saúde, bem como aos Portos dos Açores”, declarou o candidato.
Bloco de Esquerda admite acordos pontuais com o PS
O Bloco de Esquerda (BE) saudou no domingo o "resultado extraordinário" do partido nas eleições regionais nos Açores, ganhas pelo PS, e disse estar disposto para acordos pontuais e ajudar a "construir pontes" para uma maioria no parlamento.
Em declarações aos jornalistas, na sede nacional do BE, em Lisboa, Pedro Filipe Soares, líder parlamentar e membro da direção do partido, afirmou que os bloquistas não vão apresentar uma moção de rejeição de um programa do Governo do PS, que perdeu a maioria absoluta no domingo, nem votarão ao lado da direita para chumbar uma moção desse tipo.
"Sabemos que aos nossos votos têm de ser somados mais votos para garantir que esse caminho é feito, mas não nos compete a nós a construção desse caminho, compete ao PS como partido mais votado construir as pontes para esse caminho", afirmou, numa referência implícita a acordos pontuais com os socialistas, "medida a medida, proposta a proposta, orçamento a orçamento".
O dirigente bloquista defendeu que é preciso o PS "tirar as consequências devidas" dos resultados, ou seja, do "descontentamento", que "decorreu das condições económicas e sociais dos açorianos e açorianas".
"Aprendendo com isso, o BE, medida a medida, proposta a proposta, orçamento a orçamento, iremos analisar", afirmou, sublinhando que "tem de ser sempre com uma geometria parlamentar que alcance uma maioria".
"Não está só nas nossas mãos", concluiu.
O líder parlamentar do BE recusou uma "leitura nacional" direta das regionais, mas fez um alerta que é necessária "uma mudança de política", porque isso foi "pedido nas urnas".
"Estas eleições são açorianas, refletem a escolha dos açorianos. Sempre que há descontentamento com pobreza, com a exclusão social, quem está no poder perde com esse descontentamento porque não está a responder às pessoas e muitas vezes perde para o aumento da extrema-direita", disse ainda.
Nas eleições regionais de domingo, o BE manteve os dois deputados que tinha e obteve o seu "melhor resultado de sempre", em número de votos e em percentagem, nas palavras de Pedro Filipe Soares.
Livre gostaria que PS fizesse uma geringonça à esquerda
O porta-voz do Livre nos Açores, José Azevedo, considerou hoje ter sido positivo o Partido Socialista (PS) perder a maioria absoluta nas eleições regionais e revelou que gostaria que fosse criada uma geringonça à esquerda.
“Nós gostaríamos que o PS fizesse um pacto à esquerda […], que tivéssemos aqui [Açores] uma repetição da geringonça. Mas vamos ver o que o PS fará. Um partido socialista digno desse nome faria uma aliança à esquerda”, salientou o candidato pelos círculos eleitorais de São Miguel e de compensação, em declarações à agência Lusa.
De acordo com José Azevedo, o facto de o PS ter perdido a maioria absoluta é bom, porque enriquece a democracia, mas a elevada taxa de abstenção e a eleição do partido Chega para o parlamento regional “são dois pontos negativos”.
“Nós vemos estes dois factos negativos como estando relacionados, tanto a abstenção como esta vaga da extrema-direita que corre o planeta inteiro e a Europa e que chega agora aos Açores, o que mostra que os Açores não estão isolados”, realçou.
Apontando para uma Assembleia Regional mais diversa, o dirigente do Livre explicou que 54,58% de abstenção e a eleição de dois deputados do Chega se deveram “à austeridade e à desagregação social”.
“Durante a campanha dissemos que nós precisamos de alterar o sistema […] em que o Estado e a democracia são esvaziados em favor da competição e do lucro. Temos uma economia baseada na competição e no lucro. Esta vaga de desemprego está a fazer as pessoas desesperadas e as pessoas desesperadas comportam-se de forma irracional e procuram respostas naqueles movimentos e naquelas ideias mais populistas”, disse.
Ao início da noite, o Livre analisou os resultados eleitorais, tendo verificado “uma tendência de subida” na expressão eleitoral do partido.
“Mesmo não tendo conseguido ganhar uma voz no parlamento regional, registamos com muito agrado que mais açorianos se revejam na nossa mensagem”, escreveu o partido.
O Livre concorreu a três círculos nas legislativas regionais – além de José Azevedo, apresentou o programador informático Nuno Rolo na ilha Terceira.
PAN diz que parlamento está “mais plural” e compromete-se a dar “nova visão”
O porta-voz do PAN afirmou no domingo que o parlamento açoriano está “mais plural”, com o fim da maioria absoluta do PS, e prometeu que o partido dará uma “nova visão” sobre os valores naturais e o meio ambiente.
“Esta é uma noite importante porque marca o fim de uma maioria absoluta de um partido e, portanto, deixamos de ter uma política monolítica na região e passamos a ter uma nova visão com mais pluralidade, com um partido novo, o PAN, que traz esta nova visão e novas perspetivas”, disse André Silva.
Num vídeo divulgado pelo partido, o porta-voz reconheceu o “trabalho incansável” do PAN/Açores, que permitiu a eleição do primeiro deputado do partido na Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
O eleito pelo PAN é Pedro Neves, assessor político e porta-voz do partido no arquipélago, que se apresentou às eleições regionais como cabeça de lista do partido pela ilha de São Miguel e candidato pelo círculo de compensação.
“Passamos a ter agora no parlamento dos Açores uma voz que luta pelos nossos valores naturais, pelo meio ambiente, pelos ecossistemas que se estão cada vez mais a degradar, pela urgência climática, pelas respostas sociais que faltam dar a tantas e tantas pessoas, e para proteger de uma forma responsável e acompanhar todos aqueles que connosco coabitam o planeta, neste caso, os animais”, apontou.
Neste sentido, em nome do partido, André Silva comprometeu-se a “trabalhar” e a não deixar que estes assuntos “deixem de se falar e debater”.
“Vamos começar a trabalhar nesta legislatura, a trazer os temas e a aplicar aquilo que é o nosso programa eleitoral para uma nova visão dos Açores, para uns Açores mais progressistas, com outra perspetiva e uma voz diferenciadora”, frisou.
MPT diz que açorianos continuam acomodados ao PS
O Partido da Terra (MPT) considerou hoje que os açorianos ainda continuam “acomodados” à governação do PS, ressalvando que, mesmo sem maioria absoluta, os socialistas têm “uma posição privilegiada” no parlamento regional.
“Parece que os açorianos ainda estão um bocado acomodados, embora tenham dado uma resposta, principalmente, nos novos partidos que entraram no panorama político português. Mas mostraram que continuam ou ainda estão muito acomodados a um poder instalado há 24 anos do Partido Socialista”, salientou o cabeça de lista por São Miguel e pelo círculo de compensação do MPT, Pedro Pimenta, em declarações hoje à agência Lusa.
De acordo com o também vice-presidente do partido, o resultado do PS é negativo para os açorianos.
“Se formos a ver todos os problemas e todas as carências que os Açores têm, ao fim de 24 anos de governação, é um pouco incompreensível [terem votado no PS], porque esta era a altura em que os açorianos deviam ter dado um murro na mesa e dizer chega”, afirmou.
Contabilizando apenas 0,15% das votações, o MPT voltou a referir que o orçamento zero restringiu a campanha do partido.
“É um resultado aquém do esperado. […] Nós fomos para estas eleições com pessoas fora dos Açores, porque os nossos simpatizantes e os nossos militantes nos pediram para ser pessoas de fora, para provarmos e para mostrarmos aos açorianos que estávamos blindados a qualquer mecanismo do sistema”, disse.
Comentários