Numerosos centros de Buenos Aires foram isentos desta disposição, devido aos “inconvenientes” gerados pelo sistema de votação eletrónica implementado na capital do país para a eleição de autoridades locais, que causaram atrasos e longas filas de cidadãos para cumprir a obrigação de pagar.
A lei prevê que os primeiros resultados do escrutínio provisório comecem a ser divulgados a partir das 21h00 locais (01h00 de segunda-feira em Portugal), embora o Governo já tenha anunciado que a complexidade do sistema de votação – entre outras questões, devido à referida votação eletrónica – pode levar a atrasos na contagem.
A juíza eleitoral María Servini não estendeu formalmente o período de votação, mas concedeu um prazo adicional para que os últimos cheguem às urnas, depois de ter denunciado esta tarde inúmeras falhas nas máquinas e a sua vulnerabilidade a possíveis manipulações.
A Câmara Nacional Eleitoral também se manifestou “preocupada com a situação” por ela dificultar a participação dos eleitores na cidade.
Em comunicado, os magistrados do Tribunal Eleitoral indicaram que “o mau funcionamento das urnas de votação autárquica não deve interromper a votação nas eleições nacionais, ficando sob exclusiva responsabilidade do Instituto de Gestão Eleitoral e da empresa contratada, as consequências para os cidadãos da situação gerada”.
No entanto, as autoridades argentinas asseguraram que “as primeiras eleições simultâneas na Cidade de Buenos Aires começaram esta manhã normalmente e estão a decorrer sem problemas nos 1.097 estabelecimentos criados para esse fim”, e que apenas 87 máquinas com o novo sistema de votação eletrónica, menos de 1 por cento do total, registaram falhas.
Os argentinos votaram hoje em primárias destinadas a designar os candidatos que vão disputar as eleições de outubro e a participação era de 28% dos recenseados até ao fim da manhã local.
Segundo a informação disponibilizada pela Câmara Nacional Eleitoral até às 12:00 locais (16:00 em Lisboa), tinha sido registada uma participação de 28% dos recenseados, o que representa menos de um terço dos 35 milhões de eleitores chamados às urnas nestas primárias destinadas a escolher os candidatos presidenciais, mas também os partidos que disputarão, em 22 de outubro, os mandatos parlamentares.
Os primeiros resultados devem ser conhecidos às 22h00 locais (02h00 em Lisboa), ou seja quatro horas após o encerramento das urnas.
Para conseguir a participação nas eleições de outubro, os partidos têm de obter um mínimo de 1,5% dos votos.
O nível de participação a meio da jornada eleitoral foi considerado “normal” pelas autoridades eleitorais, segundo a agência EFE.
No entanto, num contexto de descontentamento popular, com o país a enfrentar dificuldades económicas e uma elevada taxa de inflação, os principais dirigentes políticos apelaram à participação, receando que a abstenção seja alta.
Um dos primeiros a votar foi o atual ministro da Economia, Sérgio Massa, aspirante a candidato pela União pela Pátria, que afirmou ter “boas expectativas” em relação ao resultado e disse que este é “um primeiro passo” para o objetivo de continuação dos peronistas no poder.
No Juntos Pela Mudança (centro-direita), principal coligação da oposição, os dois pré-candidatos, Horacio Rodríguez Larreta e Patricia Bullrich, viveram situações opostas. O autarca de Buenos Aires pode votar sem dificuldades, mas Bullrich enfrentou as demoras no voto eletrónico denunciadas por muitos eleitores da capital.
O atual Presidente argentino, Alberto Fernandez, que não se recandidata e vai deixar o cargo no próximo dia 10 de dezembro, lembrou que o país celebra 40 anos de democracia.
“Sempre que se vota, a Argentina torna-se um país melhor. Quando as pessoas votam escolhem o seu destino, protegem os seus direitos, pensam no seu futuro e no dos seus filhos”, afirmou.
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