“Nós, venezuelanos, estamos demonstrando ao mundo que vivemos numa democracia plena. Derrubou-se toda a campanha feita contra a Venezuela por setores que apoiam sanções (dos EUA) e agressões. Todos os que votaram o fizeram pela imagem do país e pelo seu prestígio”, disse Nicolás Maduro em declarações à televisão estatal venezuelana, antes do encerramento das urnas de voto, previsto para as 18:00 horas locais (23:00 horas em Lisboa).
“Hoje demos mais um passo no processo constituinte para a paz. As eleições de governadores são um passo muito significativo. A Assembleia Constituinte está fixando a pauta, a agenda, para consolidar o processo de paz”, acrescentou Nicolás Maduro.
Os venezuelanos foram hoje às urnas para eleger os governadores para 23 das 24 regiões do país.
A exceção é o Distrito Capital (Caracas), que jurisdicionalmente conta como uma Câmara Metropolitana e não uma governação de Estado.
A jornada eleitoral, segundo a imprensa local, ficou marcada por agressões de “coletivos” (grupos de motociclistas armados afetos ao regime) a eleitores, na cidade de Maracaibo (oeste do país), a quem roubaram telemóveis e e outros bens.
Várias viaturas foram atacadas pelos “coletivos” que partiram os vidros.
Em Chacao (leste de Caracas) os “coletivos” agrediram fisicamente e roubaram vários eleitores, junto do Colégio El Libertador.
Em Petare, no Estado de Miranda (a leste de Caracas) o candidato a governador, Carlos Ucariz, foi atacado com pedras por alegados simpatizantes do regime.
Por outro lado, a sul de Caracas, em Hoyo de la Puerta, também no Estado de Miranda, homens envergando camisolas do Partido Socialista Unido da Venezuela, no poder, bloquearam uma estrada com uma ambulância, dificultando o acesso a vários centros eleitorais.
Por outro lado, o reitor do Conselho Nacional Eleitoral, Luís Emílio Rondón, denunciou aos jornalistas, que durante as eleições o canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV) esteve a fazer campanha eleitoral pró-regime.
A imprensa local dá ainda conta de denúncias de eleitores que foram “transferidos” para outros centros eleitorais, de falhas de energia elétrica e de atrasos no processo.
Segundo o Colégio Nacional de Jornalistas (entidade responsável pela atribuição da carteira profissional) oficiais do Exército impediram os jornalistas de fazer a cobertura eleitoral em pelo menos três Estados do país.
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