Nesta antiga república soviética de 3,5 milhões de habitantes, encravada entre a Roménia e a Ucrânia e abalada por uma profunda crise política após a descoberta de uma gigantesca fraude bancária no ano passado, apenas 48,95% dos eleitores foram às urnas na primeira volta das presidenciais, de acordo com os números fornecidos pela Comissão Eleitoral Central, após o encerramento das assembleias de voto às 21:00 (19:00 GMT).

Os primeiros resultados só devem ser conhecidos pelas 23:00 (21:00 GMT), mas a candidata pró-europeia Maia Sandu, que as sondagens colocam em segundo lugar, mostrou-se confiante numa segunda volta, enquanto o seu rival pró-russo Igor Dodon esperava ganhar na primeira.

“Quero agradecer aos meus apoiantes e a todos os que vieram votar. Os pequenos meios fizeram uma grande campanha e nós conseguimos algo grande. Vemo-nos na segunda volta”, afirmou Maia Sandu numa conferência de imprensa após o encerramento das assembleias de voto.

Esta é a primeira vez desde 1997 que o chefe de Estado da Moldávia é eleito por sufrágio universal, cumprindo uma decisão do Tribunal Constitucional tomada em março. A eleição opôs as forças pró-europeias no poder e a oposição pró-russa, liderada pelo líder do Partido Socialista (PS), Igor Dodon.

Antigo ministro da Economia de um governo liderado pelos comunistas, o candidato de 41 anos promete “restabelecer a parceria estratégica com a Rússia” e anular as cláusulas económicas do acordo de associação com a União Europeia, assinado em 2014 pelas autoridades pró-europeias.

Maia Sandu, antiga ministra da Educação e ex-funcionária do Banco Mundial, é a sua principal opositora e promete uma “Moldávia europeia”, defendendo o “caminho da integração europeia”.

A Moldávia é um dos países mais pobres da Europa, com 41% da população a viver com cinco dólares por dia, segundo o Banco Mundial.

Em 2015, a descoberta do desaparecimento de mil milhões de dólares dos cofres de três bancos do país (equivalente a 15% do produto interno bruto) provocou enormes manifestações, reunindo pró-europeus e pró-russos, tanto de movimentos de direita

como de esquerda.

Desde então, sucederam-se três governos que não conseguiram acalmar a ira dos moldavos, que consideram a sua classe política muito corrupta.

A comissão eleitoral garantiu que a votação ia ser acompanhada de perto, com cerca de 3.200 observadores da Moldávia e 562 estrangeiros colocados em cerca de 2.000 mesas de voto no país.