A eletricidade começou a regressar em alguns estados na sexta-feira e foi restabelecida na maior parte do país no sábado, de acordo com os meios de comunicação locais e utilizadores contactados pela agência de notícias France–Presse (AFP).
Pelas 04:50 horas de sexta-feira (09:50 horas em Lisboa), a Venezuela registou um apagão elétrico que deixou milhões às escuras em 21 das 24 regiões, incluindo a capital, e fez cair as comunicações telefónicas e a Internet em 81% do país.
O apagão deveu-se a uma avaria na central hidroelétrica Simón Bolívar, a maior da Venezuela. O país inteiro ficou às escuras, lembrando a grande interrupção de 2019, que durou cinco dias.
“Estamos em processo de normalização, de regularização, passo a passo com garantias, com segurança”, declarou Maduro, na televisão estatal, na sexta-feira à noite, sem, no entanto, fornecer quaisquer detalhes.
As dificuldades persistiam em estados andinos como Mérida e Táchira, ou nas regiões vizinhas de Lara e Zulia, no oeste, bem como em Bolívar, no sul, regiões geralmente afetadas por cortes de energia.
“Em Michelena [Táchira], a energia voltou por volta da meia-noite, tinha voltado ao início da tarde, mas voltou a desaparecer e [desde então] não voltou”, disse à AFP Thais Hernández, de 29 anos.
“É um ataque cheio de vingança, de ódio, que vem de correntes fascistas (…) que se dizem de oposição política”, disse o Presidente venezuelano, acrescentando estar convicto de que o alegado ataque foi organizado a partir dos Estados Unidos.
José Aquilar, um especialista em redes elétricas, disse à AFP que o corte pode ter resultado de uma falha que “não deveria ter alastrado, mas que a precariedade do sistema elétrico venezuelano é tal que uma coisa leva à outra”.
Para o antigo vice-ministro da Energia Elétrica, Victor Poleo, trata-se “provavelmente de uma descarga atmosférica” cujos sistemas de proteção falharam por falta de “manutenção e reposição” de material.
A organização não governamental VE Sin Filtro, que mede o nível de conectividade à Internet na Venezuela, disse que o acesso às telecomunicações móveis tinha regressado a um nível de 92,7% na madrugada de sábado.
O serviço de metropolitano de Caracas também foi totalmente restabelecido, de acordo com as autoridades de transportes.
Segundo vários comerciantes portugueses, o apagão impossibilitou o pagamento através de leitores de cartões de crédito e de débito, e inclusive os pagamentos móveis, obrigando a fazerem as vendas apenas em dinheiro.
Alguns, como José Freitas, proprietário de um pequeno café no leste de Caracas, foram obrigados a encerrar as portas, dados os constrangimentos.
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