“Esforçar-nos-emos por trabalhar pela máxima unidade e para cuidar da história e dos valores do Partido Democrata (PD) para o futuro”, afirmou hoje a nova líder – a primeira mulher a liderar a principal formação progressista de Itália, herdeira do extinto Partido Comunista italiano.
Schlein deslocou-se hoje à sede do partido, na romana Via del Nazareno, para proceder à transferência de poderes com o secretário cessante, o ex-primeiro-ministro Enrico Letta, de quem recebeu uma romã de cerâmica, “símbolo de prosperidade”.
A nova líder do PD, representante da corrente mais esquerdista e contestatária, impôs-se no domingo nas primárias do partido ao presidente da região de Emilia Romagna (norte), Stefano Bonaccini, de quem foi vice-presidente até outubro passado.
Agora, prepara-se para reformar, com uma viragem à esquerda, este partido em plena refundação depois do revés das eleições gerais de setembro em que acabou na oposição — como líder -, após uma década em que esteve quase sempre no poder.
O primeiro passo será a eleição da direção, com pessoas leais à nova líder, uma missão que passará pela assembleia do partido agendada para 12 de março.
Nos próximos dias, reunirá a sua equipa para analisar os primeiros passos do calendário eleitoral, que inclui as eleições autárquicas de 14 e 15 de maio, em 591 municípios de todo o país, e as do Parlamento Europeu, em 2024.
Neste último escrutínio, a nova secretária e deputada do PD competirá pela primeira vez a nível nacional com outra mulher, a primeira-ministra, Giorgia Meloni, líder da coligação de direita e extrema-direita no poder.
“As europeias serão fundamentais”, resumiu.
Schlein anunciou que vai abrir o processo de filiação no PD e que trabalhará “pela unidade” do partido, quebrada nos últimos anos por várias cisões, sobretudo da ala mais esquerdista em desacordo com a deriva da anterior direção.
“Trabalharemos com a responsabilidade de manter junta esta comunidade democrata, para cuidar da sua história e valores para o futuro, perante desafios cruciais para o país e a Europa, com uma linha política clara e compreensível”, afirmou.
Elly Schlein, de 37 anos e nascida na Suíça, assumiu assim o controlo do PD, um partido ao qual regressou recentemente após quase sete anos de ausência, depois de o ter abandonado em 2015, em desacordo com as políticas liberais do então líder, Matteo Renzi.
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