Membro da Marinha norte-americana, Edward Cashman assumiu o comando do “Standing NATO Maritime Group One - SNMG1”, na designação original, em janeiro deste ano.

“Se existir uma crise ou uma contingência, o nosso trabalho é estar preparado para responder imediatamente. É por isso que estamos em contínuo treino e preparação para poder responder em todo o espetro das contingências, se a Aliança Atlântica assim o entender”, afirmou Edward Cashman, em declarações aos jornalistas, a bordo do navio holandês “Van Speijk”, uma das embarcações que estará até à próxima segunda-feira no Porto de Lisboa.

O SNMG1 é constituído por navios das Marinhas holandesa, norueguesa, belga, norte-americana e portuguesa, e visa garantir uma capacidade marítima contínua e contribuir para a segurança dos Estados-membros da Aliança Atlântica, através da dissuasão e defesa coletiva, da gestão de crises, da segurança cooperativa e da segurança marítima.

O exercício terminado há dias aconteceu no sul de Espanha e ganhou o nome de “Dynamic Mariner 2019”.

“Foram 18 Estados [incluindo Portugal] envolvidos” e um conjunto amplo de meios (32 navios, dois submarinos e 18 aeronaves), referiu o comandante do SNMG1, destacando que o exercício incluiu operações anfíbias, defesa aérea, operações de contramedidas anti-minas, defesa cibernética, bem como guerra de superfície e anti-submarina.

“Conseguimos treinar todo o espetro das capacidades” em todas as áreas de guerra marítima, prosseguiu o contra-almirante norte-americano, mencionando que este exercício foi igualmente uma “excelente oportunidade” porque também contou com a presença do outro grupo que compõe a força naval de reação imediata da NATO, o Standing NATO Maritime Group Two (SNMG2).

O capitão-de-fragata português Monteiro da Silva, atual 'chief of staff' no SNMG1, precisou que este recente exercício fez parte “do processo de certificação do Estado-Maior espanhol para comandar a força de reação imediata da NATO durante o próximo ano”.

“E este grupo permanente da Aliança participou nesse exercício como um elemento, como um contributo, para que essa certificação possa acontecer”, disse.

E sobre a importância de Portugal estar presente nesta força, Monteiro da Silva realçou que o país está “permanentemente integrado” neste grupo da Aliança, não só com navios, mas também com membros no Estado-Maior.

“Portugal honra os seus compromissos com a Aliança através de uma participação permanente nestes exercícios. Estamos integrados, não só durante a realização dos exercícios como durante todo o ano. Este grupo permanente da NATO que está disponível para ser utilizado em qualquer circunstância, conta sempre com a participação de militares portugueses em várias funções”, reforçou.

Ancorado também no Porto de Lisboa e muito próximo do navio holandês “Van Speijk”, está a fragata portuguesa “D. Francisco de Almeida”, que integrou o SNMG1 em agosto e que terminará a missão a 12 de novembro.

O capitão-de-fragata Ricardo Silva Inácio faz um balanço positivo da missão, salientando que Portugal, a Marinha e as Forças Armadas “fazem um esforço muito grande para garantir que as forças nacionais destacadas, que é o caso da fragata ‘D. Francisco de Almeida’, são devidamente apoiadas e que podem cumprir a sua missão de forma segura, eficiente e eficaz”.

“São uma afirmação de Portugal enquanto contribuinte para a paz e para a segurança mundiais”, afirmou.

Sobre o processo de aprontamento dos navios para uma missão desta natureza, o capitão-de-fragata Ricardo Silva Inácio referiu ser “bastante complexo”.

“Existe um aprontamento técnico, que no caso da ‘D. Francisco de Almeida’ durou cerca de cinco meses, teve início aproximadamente em novembro e terminou em meados de abril. E depois há um processo ainda mais complexo, que é o processo de integração homem-máquina”, explicou.

De forma a garantir que a plataforma “é devidamente operada pelos homens e pelas mulheres que aqui prestam serviço”, o navio deslocou-se a Inglaterra, onde executou um treino de cerca de seis semanas “no centro de excelência de treino das Marinhas do mundo”.

Treino que foi “extraordinariamente exigente, onde a plataforma e a componente humana é levada ao extremo”, relatou.

Com uma guarnição de 170 elementos, “totalmente completa”, a fragata portuguesa “D. Francisco de Almeida” (bem como os restantes navios ancorados em Lisboa), irá rumar na próxima semana para o sul de Inglaterra, onde vai participar num exercício de guerra eletrónica.

“Será esse o destino do navio e do grupo de tarefa. E depois regressaremos a Lisboa para terminar a nossa participação no SNMG1”, afirmou Silva Inácio.

A propósito desta escala na capital portuguesa, o contra-almirante norte-americano Edward Cashman lembrou que este ano se assinalam os 70 anos da NATO, sem esquecer o facto de Portugal ser um dos 12 membros-fundadores da Aliança Atlântica (em 1949).

“É uma grande oportunidade estar aqui e reconhecer essa liderança de 70 anos como parte da Aliança Atlântica, que tem crescido e mantido a paz e a segurança no Atlântico Norte”, concluiu.

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