Mansour referiu, em conferência de imprensa, que a situação em Gaza é “extremamente horrível”, agradecendo à agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) o seu trabalho.
O diplomata palestiniano referiu também que o Egito, a Jordânia e a Autoridade Nacional Palestiniana em Ramallah estão “a tentar enviar assistência, mas até agora não estão a conseguir”.
“Deve haver uma intervenção humanitária para evitar uma catástrofe iminente e uma crise humanitária massiva na Faixa de Gaza”, alertou Mansour, exigindo que a comunidade internacional “assuma as suas responsabilidades”, colabore e “entre em cena” enviando ajuda para Gaza.
Para isso, sublinhou, deve haver “um cessar-fogo ou a interrupção dos bombardeamentos para que as caravanas [de ajuda] possam aceder e prestar assistência às pessoas lá”.
Mansour defendeu também que uma pausa nas hostilidades para permitir que a ajuda chegue aos palestinianos “abriria o palco para possivelmente negociar outras questões urgentes”.
O diplomata palestiniano aludiu sempre aos civis palestinianos e não se referiu aos bombardeamentos das milícias palestinianas lideradas pelo movimento islamita Hamas contra o território de Israel, embora tenha reconhecido que “também há sofrimento do outro lado”.
Questionado sobre os mais de 100 reféns que as autoridades israelitas estimam terem sido transferidos para Gaza pelas milícias, Mansour disse não ter registo como embaixador.
Este responsável palestiniano defendeu um avanço na direção da paz: “o que exige que Israel reconheça que existimos, que somos humanos e temos direitos e aspirações nacionais que devem ser cumpridos, e que haja um consenso global sobre a solução de dois estados e o fim da ocupação”.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a 07 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de ‘rockets’ e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestiniano, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o seu país está “em guerra” com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como movimento terrorista não só por Israel como pelos Estados Unidos e a União Europeia (UE), além de outros Estados.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora mais de 1.200 mortos e 3.700 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde local confirmou hoje que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita provocaram pelo menos 1.100 mortes e 5.339 feridos.
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