Apontada ao cargo em novembro de 2016 e a servir enquanto embaixadora desde janeiro de 2007, Haley esteve reunida com Donald Trump na Sala Oval da Casa Branca.

Como reporta a Associated Press, Trump anunciou publicamente que Haley abandonará o cargo "no final do ano", caracterizando-a como uma "pessoa muito especial" e que juntos "resolveram muitos problemas". O presidente também revelou que a embaixadora já tinha mostrado vontade de demitir-se há seis meses e que vai anunciar a sua sucessão dentro de "duas ou três semanas".

Da parte de Haley, a embaixadora demissionária considerou ter sido "uma bênção ir para as Nações Unidas com um colete à prova de balas", referindo-se à postura dura com que diz ter defendido os EUA no órgão mundial, principalmente perante o Irão e a Coreia do Norte.

Antes da reunião, o próprio presidente publicou no Twitter dando conta de um "grande comunicado" junto da sua "amiga" Nikki Haley. Também Sarah Sanders, porta-voz presidencial, tinha utilizado a rede social para revelar a hora do encontro, a decorrer às 10:30 locais (15:30 hora de Lisboa)

Como escreve o website Axios, o primeiro meio de comunicação a avançar com a notícia, Haley, que tinha sucedido a Samantha Power no cargo, ter-se-á encontrado com Trump na semana passada, tendo a sua decisão apanhado de surpresa vários altos funcionários dos negócios estrangeiros do país.

Durante a comunicação à imprensa, Haley não revelou as suas motivações para a demissão, mas, tendo em conta que é um nome em ascensão dentro do Partido Republicano, assegurou que não o fez com aspirações políticas e que não se ia candidatar em 2020, ano de eleições presidenciais.

créditos: EPA/MICHAEL REYNOLDS

Antes de ser nomeada por Trump, Haley, de 46 anos, foi governadora da Carolina do Sul, tendo sido a primeira mulher a ocupar tal cargo.

A decisão foi tomada depois de ter coordenado a segunda viagem de Trump às Nações Unidas e de preparar a sua estreia a presidir o Conselho de Segurança da ONU.

Esta é mais uma baixa na administração Trump, ocorrendo a meras semanas das eleições intercalares de novembro, um teste de fogo ao presidente.

A relação de Haley e Trump mudou nos últimos anos, passando de antagonismo aberto para ambivalência. Durante a campanha presidencial de 2016, Haley acusou o na altura candidato de desrespeitar os imigrantes na América, denunciando "o canto de sereia das vozes mais enraivecidas do país". Trump, por seu lado, twittou que "as pessoas da Carolina do Sul sentem-se envergonhadas por Nikki Haley".

Mais recentemente, aquando à publicação no New York Times do editorial anónimo alegadamente assinado por um alto funcionário da Casa Branca, Haley tomou uma posição ao escrever uma peça no Washington Post onde tornou público que tinha desentendimentos com Trump quanto à estratégia da política externa do país, mas que também sentia orgulho ao servir o atual presidente. "Eu sirvo orgulhosamente esta administração e apoio entusiasticamente a maior parte das decisões e a direção que está a dar ao país", escreveu Haley, "mas não concordo com o presidente em tudo".

[Notícia atualizada às 16:44]