“Só nos restam mantimentos para quatro dias, contando com o dia de hoje” disse um porta-voz dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) que se encontra a bordo do navio.
O “Ocean Viking”, fretado pelas organizações SOS Méditerranée e MSF, está neste momento em águas internacionais entre Malta e o porto italiano de Lampedusa onde aguarda autorização para desembarcar os migrantes resgatados.
As pessoas que foram resgatadas no Mediterrâneo, ao largo da Líbia, pelo navio “Ocean Viking” encontram-se desidratadas sendo que estiveram quatro dias à deriva numa embarcação precária antes de terem sido salvas pelas organizações humanitárias.
Entre eles encontram-se quatro mulheres e cinco crianças, com idades entre um ano e os seis anos de idade.
Uma grande parte, cerca de uma centena, dos migrantes a bordo têm menos de 18 anos de idade e são originários sobretudo do Sudão.
Os Médicos Sem Fronteiras têm garantido até ao momento uma refeição quente por dia e distribuiu açúcar e barras energéticas.
O consumo de água está racionado e os banhos a bordo foram limitados a dois duches por semana com uma duração de três minutos cada, para não se esgotarem os reservatórios de água doce.
O navio de 69 metros, com pavilhão norueguês, está também a economizar combustível e, por isso, mantém-se à deriva durante o dia, no Canal da Sicília.
O “Ocean Viking” partiu no dia 04 de agosto do porto de Marselha, França, para a primeira missão no Mediterrâneo.
Portugal anunciou na quinta-feira que está disponível para acolher até 35 refugiados do total de 356 resgatados pelo navio humanitário.
Através de um comunicado conjunto, os Ministérios da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros explicaram que a disponibilidade manifestada por Lisboa surge em resposta a um apelo da Comissão Europeia.
“Portugal, França, Alemanha, Roménia e Luxemburgo são os países que manifestaram até agora disponibilidade para receber algumas das pessoas deste grupo, num gesto de solidariedade humanitária e de desejo comum de fornecer soluções europeias para a questão da migração e das tragédias humanas que se verificam no Mediterrâneo”, referem os ministérios no comunicado.
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