”Não há tropas nem bases da NATO na Ucrânia. São mentiras. A Rússia não foi agredida, a Rússia é o agressor. Esta guerra é ainda menos, como a propaganda nos quer fazer querer, uma luta contra o nazismo. É uma mentira, um insulto à história da Rússia e da Ucrânia, à memória das nossas gerações que combateram lado a lado contra o nazismo”, disse hoje Emmanuel Macron que falou hoje aos franceses.

O Presidente francês reforçou hoje, numa mensagem de cerca de 15 minutos difundida nas televisões francesas, que Vladimir Putin “escolheu a guerra” e que a França não só está ao lado dos ucranianos, mas também dos russos que recusam esta “guerra indigna” no seu nome.

O chefe de Estado francês garantiu ainda que vai continuar em contacto com os Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e também da Rússia, Vladimir Putin, enquanto este estiver disponível, para dissuadir a escalada da violência.

Macron disse também que a guerra na Ucrânia vai ter consequências para a França, nomeadamente nos preços da energia.

“Um determinado número de setores económicos sofrem e vão sofrer, ou porque dependem das importações de matérias-primas que vêm da Rússia e da Ucrânia, ou porque exportam para esses países. O nosso crescimento será impactado. Amanhã, o preço de um tanque cheio de combustível ou a fatura do aquecimento estão em risco de aumentar imenso. Perante estas consequências económicas e sociais, só tenho uma bússola: proteger-vos”, prometeu o Presidente francês.

Assim, nos próximos dias, o Governo vai apresentar um plano de resiliência económica e social para combater as consequências deste conflito. Macron disse ainda que a França vai investir na Defesa e na investigação, deixando um aviso à União Europeia.

“Estes eventos são um sinal de mudança de época. A democracia está posta causa. A nossa liberdade, a dos nossos filhos, já não é uma conquista. É um sistema de coragem, um combate a cada momento”, disse o líder francês.

Quanto às eleições presidenciais em França, que se realizam em abril, o Presidente disse confiar nos franceses para que ela decorra da melhor forma.

“Esta campanha vai permitir um debate democrático importante para a nação”, concluiu Macron.