A ESI Energy, declarou-se culpada de três acusações de violação de uma lei sobre aves migratórias, durante uma audiência judicial na terça-feira em Cheyenne, no Estado do Wyoming.
Esta subsidiária da NextEra Energy estava acusada da morte de águias em três parques eólicos nos estados do Wyoming e Novo México.
Além destas mortes, águias douradas e carecas morreram também em parques eólicos associados a estas empresas desde 2012 em oito estados, Wyoming, Califórnia, Novo México, Dakota do Norte, Colorado, Michigan, Arizona e Illinois, revelaram na quarta-feira os procuradores.
Estas aves morrem quando voam em direção às pás das torres eólicas, sendo que é ilegal matar ou ferir águias, sob a lei federal.
A águia careca - símbolo nacional dos EUA - foi removida da proteção de espécies ameaçadas em 2007, após uma recuperação dramática da sua dizimação generalizada devido a pesticidas nocivos e outros problemas.
Já as águias douradas, embora tenham populações consideradas estáveis, continuam a enfrentar desafios, incluindo parques eólicos, mas também colisões com veículos, caça ilegal ou envenenamento devido a munições de chumbo.
Este processo judicial ocorreu durante um momento em que o Presidente norte-americano Joe Biden tem apelado à produção de mais energia renovável através de parques eólicos ou solares, para ajudar a reduzir as emissões que resultam nas alterações climáticas.
Mas Biden tem também renovado o compromisso para as autoridades federais imporem proteções para águias e outras aves sob a lei de proteção de aves migratórias, após os processos criminais terem sido interrompidos durante o mandato presidencial de Donald Trump.
Historicamente, as empresas têm sido capazes de evitar processos judiciais caso tomem medidas para evitar a morte das aves.
A empresa agora condenada tinha sido avisada, antes de construir os parques eólicos no Novo México e Wyoming, que estes resultariam na morte de pássaros, mas avançou com o projeto e ignorou conselhos de autoridades federais de vida selvagem sobre como minimizar as mortes, de acordo com documentos judiciais citados pela agência Associated Press (AP).
A ESI concordou ainda, no acordo judicial, gastar até cerca de 24 milhões de euros, durante um período experimental de cinco anos, em medidas para evitar futuras mortes de águias.
Entre outras medidas, as torres serão desligadas nos momentos em que as águias estão mais propensas a estar presentes.
Apesar das medidas, as autoridades alertaram que algumas águias ainda podem morrer e, quando isso acontecer, a empresa terá de pagar cerca de 26 mil euros por cada águia morta, segundo o acordo alcançado.
A presidente da NextEra, Rebecca Kujawa, apontou que colisões de pássaros com torres eólicas são acidentes inevitáveis que não deviam ser criminalizados, mas assegurou que a empresa está comprometida em reduzir os danos causados à vida selvagem.
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