A agência de notícias pública sul-coreana Yonhap informou hoje que o Tribunal Distrital de Suwon, cidade situada a sul de Seul, emitiu a ordem para o CEO da Aricell, Park Soon-kwan, na quarta-feira à noite, e para o filho, Park Joong-eon, diretor da empresa, por violação da lei da segurança e saúde no trabalho, além de negligência no local de trabalho que resultou em morte.
Pelo contrário, o tribunal rejeitou o pedido apresentado pelo Ministério Público para a prisão preventiva de dois outros executivos da empresa.
Os procuradores consideram estar provado que o incêndio foi provocado pelo facto de a Aricell ter aprovado o envolvimento de trabalhadores que não possuíam as qualificações necessárias nos processos produtivos.
Além disso, consideram que a rota de evacuação da fábrica, em caso de emergência, foi traçada de forma negligente.
De acordo com o Ministério do Trabalho, esta foi a primeira detenção de um empresário por violação de uma lei promulgada em 2022 que responsabiliza os empregadores por “acidentes graves” no local de trabalho.
Na sexta-feira passada, a polícia da Coreia do Sul concluiu que o incêndio foi o resultado de “falhas grosseiras” na segurança e na qualidade da produção.
A Aricell produzia baterias de lítio para o exército em Hwaseong, a sul da capital, mas vários lotes falharam os controlos de qualidade em abril, pela primeira vez, e o fabricante estava numa corrida contra o tempo para cumprir as encomendas militares e os objetivos de junho, disse a polícia.
A Aricell, que na altura tentava produzir cinco mil baterias por dia, “empregou um grande número de trabalhadores não qualificados para alcançar este objetivo e, em consequência, a taxa de defeitos aumentou consideravelmente”, declarou à imprensa Kim Jong-min, da polícia da província de Gyeonggi (norte).
Baterias que libertavam calor excessivo tinham sido detetadas em maio, mas a empresa não as retirou porque as considerava adequadas.
“O acidente foi causado porque a fábrica estava a produzir demasiadas baterias”, continuou Kim.
O incêndio matou 23 pessoas, entre as quais 17 chineses, segundo as autoridades sul-coreanas, numa das piores catástrofes industriais dos últimos anos no país.
“Devido a falhas grosseiras, a maioria dos empregados [mortos] foi encontrada do outro lado da saída de emergência, apesar de [um intervalo de tempo de] 37 segundos durante os quais poderiam ter saído, após a primeira explosão, em 24 de junho”, acrescentou Kim.
De acordo com a polícia, a Aricell também manipulou dados para cumprir as ordens do exército e contornou os controlos de qualidade desde 2021.
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