“Entendemos que é preciso imprimir mudanças profundas, tanto na abordagem da Polícia da República de Moçambique (PRM) contra este mal, bem como no quadro legal vigente, tornando a sua moldura penal mais severa e sem possibilidade de pagamento de caução”, referiu a CTA, numa nota enviada à comunicação social, em reação ao rapto de uma mulher ocorrido em Maputo.
Um grupo de três homens armados raptou uma mulher, de 26 anos, na manhã de quarta-feira, quando saía da sua casa para o ginásio, ao longo da Rua Valentim Siti, na capital moçambicana, disse, na altura, à Lusa o porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Lionel Muchina.
“Fizemos uma avaliação no terreno e constatámos que a família não tem histórico empresarial”, o grupo de pessoas que tem sido maioritariamente vítimas de raptos, referiu o porta-voz.
Para os empresários, é necessário repensar no modelo de abordagem feita pelas autoridades moçambicanas no combate aos raptos, defendendo que a operacionalização efetiva da unidade anti-raptos e de outras propostas submetidas ao Governo são “o ponto de partida para a erradicação do fenómeno”.
“É preciso passar a informação de que o Estado e a sociedade não toleram este tipo legal de crime”, acrescentou a CTA no documento, manifestando “bastante preocupação” com o agravamento do crime de raptos em Moçambique.
Os patrões moçambicanos estão também preocupados com a falta de esclarecimento sobre estes crimes, que afetam principalmente empresários e seus familiares, considerando que a situação alimenta a possibilidade de ocorrência contínua de raptos no país.
Os raptos afetam de forma “extremamente negativa” o tecido económico e a decisão de potenciais investidores no país, avançou a confederação empresarial, acrescentando que a situação torna também Moçambique “inseguro para atração do turismo”.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos.
O primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, disse no parlamento, em maio, que já foram selecionados os agentes que vão trabalhar na unidade que vai combater os raptos que afetam as principais cidades do país.
“A primeira fase, já finalizada”, da criação da unidade de combate aos raptos, “consistiu na seleção dos agentes” e a etapa seguinte será a especialização do efetivo e contará com o apoio dos parceiros de cooperação, prosseguiu.
Na altura, Maleiane referiu que desde 2021 foram registados em Moçambique 28 casos de rapto, dos quais “15 foram totalmente esclarecidos”.
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