A sede da embaixada da Venezuela na Bolívia foi tomada neste domingo por "encapuzados", depois da demissão do presidente Evo Morales pressionado por militares e policiais, informou a chefe da missão, Crisbeylee González, citada pela agência estatal ABI.

"Com dinamite, encapuzados com escudos tomaram a embaixada da Venezuela na Bolívia. Estamos bem e seguros, mas querem massacrar-nos. Ajudem-nos a denunciar essa barbárie", disse a diplomata à ABI.

Maduro: "Eu digo à direita fascista venezuelana: vocês nos conhecem, não se enganem, não façam cálculos falsos conosco"

"Não se equivoquem", alertou, por seu lado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao condenar o que denunciou como um "golpe de Estado" na Bolívia, depois de Evo Morales renunciar neste domingo após três semanas de protestos contra a sua questionada reeleição.

"Eu digo à direita fascista venezuelana: vocês nos conhecem, não se enganem, não se enganem, não façam cálculos falsos conosco", disse Maduro por telefone durante uma entrevista do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em apoio a Morales, um dos maiores aliados do presidente venezuelano.

"É um golpe de Estado, sem meias medidas (...) Golpe de estado na Bolívia! Golpe contra Evo Morales com a OEA cravando uma punhalada!", exclamou.

Antes da ligação de Maduro, o PSUV convocou uma marcha para apoiar o líder boliviano no próximo sábado em Caracas, além de outras atividades nos dias anteriores.

"O povo chavista começa a partir deste momento um grande dia de mobilização", disse Diosdado Cabello, chefe da Assembleia Constituinte oficial que governa na Venezuela, em nome do partido.

O líder da oposição Juan Guaidó, chefe do parlamento reconhecido como presidente da Venezuela por cerca de cinquenta países liderados pelos Estados Unidos, já havia convocado protestos para o próximo sábado.

Guaidó e a oposição acusam Maduro de ser reeleito de forma fraudulenta em 2018.