A iniciativa, organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, decorre até quarta-feira no Centro de Congressos de Lisboa, depois de ter sido adiada por cinco meses devido à pandemia, que obriga, por causa do distanciamento necessário, a que grande parte das sessões se realize via internet, em paralelo com sessões presenciais.
O programa foi encurtado num dia (habitualmente o Encontro Ciência prolonga-se por três dias e estava inicialmente previsto que começasse na segunda-feira) devido às restrições que foram impostas à circulação entre concelhos.
Este ano, o debate vai estar focado nas formas como a ciência em Portugal pode garantir a recuperação do país e da Europa de maneira "mais resiliente, mais social, mais digital, mais verde e mais global", segundo a organização.
A comissária europeia para a Coesão e as Reformas, Elisa Ferreira, irá encerrar hoje a sessão "Ciência em Portugal para uma Europa mais resiliente", na qual participará, por videoconferência, o Prémio Nobel da Química de 2004 Aaron Ciechanover, que abordará as questões éticas subjacentes à pandemia.
Na sessão de abertura serão entregues as Medalhas de Mérito Científico, que contemplam 10 pessoas.
A lista inclui o arqueólogo José Cardim Ribeiro, a bióloga Maria Teresa Diniz, a geógrafa Teresa Barata Salgueiro, o engenheiro rural Luís Santos Pereira, o bioquímico britânico Richard Roberts, o médico e bioquímico israelita Aaron Ciechanover, o economista norte-americano Eric von Hippel e o engenheiro químico Robert Langer, que cofundou a farmacêutica Moderna, que está a testar uma potencial vacina contra a covid-19.
Elsa Frazão Mateus, presidente da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas, e Tamara Hussong Milagre, presidente da Evita - Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, completam a lista de medalhados.
O bioquímico Richard Roberts, agraciado com o Prémio Nobel da Medicina de 1993, falará hoje sobre organismos geneticamente modificados, uma causa que apoia, na sessão "Ciência em Portugal para uma Europa mais verde", em cujo encerramento é esperado o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
Na quarta-feira, na última sessão do programa, em que é aguardada a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a igualmente premiada cientista Elvira Fortunato, que inventou o 'papel eletrónico', fará uma intervenção sobre como garantir um "mundo mais sustentável", enquadrada pelo tema "Mais ciência para recuperar Portugal com mais Europa".
Antes, na sessão "Ciência que pode mudar as nossas vidas", o engenheiro químico Robert Langer, que leciona no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, falará sobre biomateriais.
O programa do Encontro Ciência 2020 tem ainda previstas intervenções dos ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
A iniciativa é organizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em colaboração com a Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e a Comissão Parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto.
Os comissários da edição deste ano são Helena Canhão, coordenadora do Centro de Investigação Integrada em Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e Pedro Oliveira, professor na Copenhagen Business School (Dinamarca) e na Nova School of Business and Economics (Faculdade de Economia da UNL).
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