"Onde andam os estudos de género nos currículos do ensino superior?", questionou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, considerando "fundamental e urgente" a integração de temáticas associadas ao género nos planos curriculares e linhas de investigação, ao invés "do seu quase acantonamento em nichos de especialização".

Para Rosa Monteiro, seria fundamental a inclusão das perspetivas de género nos cursos de Direito, Educação ou Psicologia ou a integração de questões associadas às "várias formas de violência contra as mulheres, como a violência doméstica ou a violência sexual ou o assédio", na formação inicial de médicos, enfermeiros ou alunos de Direito.

O conhecimento especializado em orientação sexual e identidade de género também deveria ser abordado no ensino superior, nomeadamente nos cursos de Medicina, Psicologia e Educação, notou, realçando que a integração destas questões "não se esgota nestas áreas disciplinares".

"Estes profissionais nunca tiveram, nas suas disciplinas, nos seus cursos, abordadas estas matérias", salientou Rosa Monteiro, que falava em Coimbra, durante a apresentação do projeto SUPERA (Supporting the Promotion of Equality in Research and Academia), que pretende trabalhar na criação de mecanismos de promoção da igualdade no meio académico e científico.

Durante o discurso, Rosa Monteiro chamou a atenção para vários dados que mostram que a desigualdade de género ainda está muito presente neste meio, apesar de notar alguns passos criados para reduzir as assimetrias.

Nesse sentido, apelou à criação de uma rede entre as várias universidades do país que trabalham nesta matéria, por forma a partilhar os resultados de cada instituição.

A secretária de Estado constatou que normalmente o ensino superior é associado a um meio em que a promoção das pessoas tem como base "o mérito", mas "essa neutralidade absoluta no ensino superior" não existe e prevalecem "mecanismos de segregação" e "profundas assimetrias".

Rosa Monteiro realçou a fraca presença das mulheres nos órgãos de gestão, as assimetrias nas candidaturas a financiamento para investigação e na progressão da carreira ou a própria invisibilidade das mulheres cientistas.

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