A sociedade chinesa está num estágio de “envelhecimento severo”, afirmou Wang Haidong, diretor do Departamento de Envelhecimento da Comissão Nacional de Saúde, em conferência de imprensa.
Wang estimou que, até ao final de 2025, cerca de 300 milhões de chineses, ou 20% da população do país, tenha mais de 60 anos. A proporção deve aumentar para 30%, ou 400 milhões de pessoas, até 2035.
O funcionário apontou ainda para as disparidades geográficas da população envelhecida, que é “mais numerosa nas áreas urbanas”, mas “representa uma proporção maior” nas áreas rurais.
Em 2021, já existiam 10 jurisdições a nível provincial onde a população com mais de 60 anos representava pelo menos 20% dos residentes. Essas áreas estão localizadas principalmente no nordeste e centro do país.
O envelhecimento da população da China apresenta vários “desafios para a prestação de serviços públicos e para a sustentabilidade da seguridade social”, alertou Wang.
O especialista previu que o “grau de dependência dos idosos atingirá o seu nível máximo por volta do ano de 2050”.
As autoridades declararam, em julho passado, que o número de habitantes da China, o país mais populoso do mundo, entrará em “crescimento negativo” antes de 2025.
Durante mais de 30 anos, a China aplicou rígidos controlos de natalidade, ao abrigo da política “um casal, um filho”. Apesar de as autoridades terem abolido a política de filho único, em 2016, permitindo até três crianças por casal, os nascimentos continuaram a diminuir nos últimos cinco anos.
A taxa de natalidade da China caiu, no ano passado, para 7,52 nascimentos por 1.000 pessoas, a menor desde que os registros começaram em 1949, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês.
O maior custo de vida e propensão para famílias menores estão entre os motivos citados para esse declínio no número de nascimentos.
De acordo com o último censo nacional, realizado a cada dez anos e apresentado em maio de 2021, a China tem cerca de 1.412 milhões de habitantes, embora o envelhecimento e as baixas taxas de natalidade preocupem as autoridades.
Comentários