Maria João Abreu, de 57 anos, encontrava-se internada no Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, depois de ter sofrido um AVC hemorrágico. A atriz, de acordo com a SIC, sentiu-se mal e desmaiou durante as gravações da novela que está a ser produzida para o canal. A atriz integra o elenco da telenovela "A Serra", emitida pela SIC desde fevereiro.
Os familiares e amigos recordam a figura incontornável do teatro e da televisão nacional:
João Soares: "A minha João partiu"
João Soares, marido de Maria João Abreu, reagiu nas redes sociais à morte da esposa: A minha João partiu. Infelizmente, todo o meu amor por ela, todo o amor da família e todo o amor dos amigos não foi suficiente para impedir que esta viagem se iniciasse. Algo ou alguém lá em cima, com muita força... com muita, muita, muita mais força levou-a para junto de si. Acredito que tenha sido porque ela é precisa, é necessária, faz falta lá, ainda mais do que faz falta aqui... e porque não tomaram em conta o que me faz falta a mim", pode ler-se numa publicação emocionada partilhada no Instagram..
Marcelo Rebelo de Sousa: "uma figura que representava para muitos portugueses a familiaridade de quem está connosco porque se parece connosco"
No site da Presidência, o Presidente da República destaca "o humor, a emoção e a empatia ligam-nos aos outros, até aos outros que não conhecemos, como é o caso dos atores e das atrizes".
"Maria João Abreu, que nos deixou precocemente, escolheu essa abordagem, talvez por ser a abordagem que lhe era mais natural: a comédia, a projeção dos nossos afetos e dos nossos problemas, a proximidade humana. A sua carreira como atriz de revista e como produtora, ao lado de José Raposo, bem como outras participações teatrais (com Filipe La Féria, João Lourenço e José Fonseca e Costa), mas sobretudo o seu intenso currículo em televisão (novelas, séries, programas de entretenimento e de comédia) tornaram-na uma figura que representava para muitos portugueses a familiaridade de quem está connosco porque se parece connosco. À sua Família apresento, comovido, as minhas sentidas condolências".
Graça Fonseca: uma artista verdadeiramente inesquecível"
A ministra da Cultura disse que este "é um dia muito triste" e recorda, em declarações à TVI, "uma das figuras mais queridas do povo português, uma artista verdadeiramente inesquecível".
"A Maria João fez um caminho extraordinário, é das poucas atrizes que, pela sua versatilidade, conta a história do teatro português, do teatro de revista, do musical ao experimental, e por isso era alguém tão querida, e também com uma longa carreira em televisão. Era também alguém de uma extraordinária generosidade, com um sentido de empatia e de relação com os outros como poucas pessoas".
"Hoje é um dia muito triste para a Cultura e em particular deixo uma família aos amigos e familiares", concluiu.
Fernando Medina: "Uma pessoa querida de muita gente"
O presidente da Câmara de Lisboa recordou a atriz como "uma pessoa muito querida de muita gente do nosso país" e expressou condolências "em nome de todos da cidade de Lisboa".
Catarina Martins: “uma das atrizes mais amadas”
A coordenadora do BE, Catarina Martins, lamentou hoje a morte de Maria João Abreu, “uma das atrizes mais amadas” de Portugal, uma e"excelente profissional" e “uma extraordinária pessoa de luta solidária”.
“Maria João Abreu era seguramente uma das atrizes mais amadas do nosso país e por boas razões, pela excelente atriz que era e pela extraordinária pessoa de luta solidária também que era”, enalteceu.
A líder do BE aproveitou o momento para enviar as condolências “a toda a família e a todos os amigos”. “Vai-nos fazer falta com certeza”, lamentou.
Carlos Avillez: "Uma mulher adorável"
"Era uma mulher adorável", descreve à SIC Carlos Avillez, lembrando a atriz de 57 anos como "uma grande pessoa". Para São José Lapa, "é muito injusto morrer uma menina tão nova". Também na SIC, a atriz recordou o trabalho em conjunto, na série "Médico de Família".
Ruy de Carvalho: "grande atriz, grande mulher e uma grandessíssima colega”
À Renascença, Ruy de Carvalho recorda "uma grande atriz, uma grande mulher e uma grandessíssima colega”. Foi com "profunda tristeza" que recebeu a notícia da morte da atriz Maria João Abreu, esta quinta-feira, aos 57 anos de idade.
É uma “grande perda para o teatro e para o espetáculo em Portugal”, acrescenta.
Sofia Arruda: "Minha João, Nossa João"
"Não há palavras para esta partida tão prematura. Vou amar-te sempre", escreveu Sofia Arruda no Instagram, dirigindo-se à atriz como "minha João, nossa João".
"Obrigada por tudo o que me deste", acrescentou.
Agir: "A cultura e o mundo ficaram mais pobres"
O músico Agir recordou no Twitter a "pessoa maravilhosa" que é Maria João Abreu. "A Cultura e o Mundo ficaram mais pobres. Forte abraço à família e amigos. Até sempre"
César Mourão: "Obrigado pela nossa última conversa, apressados no corredor da SIC"
Foi esta a mensagem que o ator César Mourão deixou nas redes sociais.
"A Maria João tinha uma alegria muito própria", recordou em declarações à SIC. "Eu ia no fundo do corredor e ela chamou-me e eu voltei para trás. E ela disse-me 'deixa-me dizer-te uma coisa porque depois estas coisas passam'... e deixou um grande elogio ao meu trabalho da Esperança. Achei muito humano ela agarrar-me nas duas mãos ela dizer-me que estas coisas quando se sentem têm de ser ditas e elogiar, 'porque se te deixasse passar agora se calhar já não te dizia'".
"Foi muito importante o que a Maria João me disse", concluiu.
João Lourenço: "uma pessoa boa"
O encenador do Teatro Aberto recorda "era uma grande atriz".
"Ela fez comigo, há muitos anos, uma primeira peça, que na altura dizia 'João, vou entrar no teatro a sério', que era a peça "As presidentes", uma peça que ficou na nossa memória até hoje também pela sua interpretação".
João Lourenço recorda "uma pessoa boa" que poderemos recordar graças a tudo o que ficou gravado e que contou com a sua participação.
Rúben Filipe: "é uma partida dolorosa"
O ator e figurante, em declarações à SIC, disse que esta "é uma partida dolorosa". "Ela é uma atriz muito boa, vai-nos deixar uma grande saudade a todos".
SIC: "Uma mulher e atriz extraordinária, com um talento ímpar na arte de representar"
No comunicado divulgado, a SIC endereça “sentidas condolências a toda a família da atriz”.
"É com profundo pesar que a SIC lamenta a morte da nossa Maria João Abreu, uma mulher e atriz extraordinária, com um talento ímpar na arte de representar. Vivemos momentos felizes e inesquecíveis, que ficarão para sempre na nossa memória".
TVI: “A sua falta será para sempre sentida”
Também em comunicado, a TVI “lamenta o falecimento prematuro de Maria João Abreu e envia as suas sinceras condolências aos familiares, amigos e SIC”.
“É com grande pesar que recebemos esta notícia que irá para sempre ser sentida nas salas de espetáculo e televisões”, lê-se no comunicado, no qual a TVI recorda que Maria João Abreu integrou o elencos de vários projetos da estação.
Referindo que “a sua falta será para sempre sentida”, a estação de Queluz de Baixo considera que “Portugal fica mais pobre, assim como o teatro e a ficção portuguesa”.
“Para sempre na nossa memória ficará a sua arte de excelência”.
Nas redes sociais multiplicam-se as reações
Uma vida dedicada ao palco
A atriz, que nasceu em Lisboa em 1964, foi casada com João Raposo, com quem teve dois filhos: Miguel (35 anos) e Ricardo Raposo (32 anos). Era casada com João Soares desde setembro de 2012.
Estreou-se como atriz profissional em 1983, no musical "Annie" de Thomas Meehan, dirigida por Armando Cortez no Teatro Maria Matos. Seguiram-se vários espetáculos de revista no Parque Mayer.
"Uma Bomba Chamada Etelvina" (1988), da RTP, marcou a sua estreia no pequeno ecrã. "Canto Alegre" (RTP1, 1989), "Caixa Alta" (RTP1, 1989) ou "O Cacilheiro do Amor "(RTP1, 1990) foram os projetos que se seguiram.
Dos vários papéis na televisão, mais de meia centena de títulos, entre séries e novelas, como “Nico d’Obra”, “Big Show SIC”, “Os Malucos do Riso” ou “Camilo e Filho”, destaque para os papéis de 'Lucinda', em "Médicos de Família" (1998/2000) ,e, mais recentemente, 'Maria do Céu Garcia', em "Golpe de Sorte" (2019/2020).
No cinema, entrou em "Amo-te Teresa" (2000), em "Call Girl" (2007) ou em "A Mãe é que Sabe" (2016).
Paralelamente à televisão, Maria João Abreu abraçou vários projetos no teatro, como "Toma Lá Revista!" (1987), "De Pernas Pró Ar!" (1994), "A Revista é Linda!" (2005), "As Árvores Morrem de Pé" (2016), "Simone - O Musical" (2017) e "Fenda" (2019).
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