No decurso deste contacto, que decorreu um dia após os inéditos confrontos entre os exércitos turco e sírio, Erdogan declarou que Ancara “continuará a utilizar o seu direito de legítima defesa da forma mais firme em caso de novo ataque semelhante”, segundo a presidência turca.

Previamente, a Turquia tinha já indicado que não permitirá uma progressão das forças militares sírias em direção a Idleb, a última região do país ainda em poder de grupos rebeldes.

Na noite de domingo para segunda-feira, disparos de artilharia do regime sírio provocaram oito mortos do lado turco. Ancara respondeu e bombardeou posições sírias, com um balanço de pelo menos 13 mortos.

Em dois meses, meio milhão de pessoas foram deslocadas desta região do noroeste da Síria devido à ofensiva das tropas de Damasco, apoiadas pelo aliado russo, contra grupos ‘jihadistas’ e formações rebeldes.

As forças de Ancara ocupam uma zona do norte da Síria, onde estabeleceram uma “zona de segurança” após expulsarem as milícias curdas locais, como objetivo de reinstalar na região parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios acolhidos no seu território. Damasco considera a presença turca no seu território um atentado à soberania do país.

Na noite de segunda-feira, Erdogan tinha já considerado que o ataque sírio contra as forças turcas foi uma “violação” de um acordo russo-turco de cessar-fogo em Idlib.

O Presidente turco, que na véspera criticara Moscovo por não “assumir as suas obrigações”, parece, no entanto, pretender evitar um aumento da tensão com a Rússia.

“Nesta fase não há necessidade de um conflito ou uma grande discussão com a Rússia. Temos várias iniciativas estratégicas com a Rússia”, declarou, referindo-se à parceria russo-turca em vários setores, da energia ao turismo, passado pela defesa.

Apesar de apoiarem campos opostos na guerra que devasta a Síria desde 2011, a Turquia e a Rússia reforçaram desde 2016 a sua cooperação neste dossier.

A guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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