“A partir da Turquia dirijo-me ao Presidente francês Emmanuel Macron e voltarei a dizê-lo na NATO. Examina em primeiro lugar a tua própria morte cerebral”, disse Erodgan ao retomar as declarações de Macron que considerou a NATO em estado de “morte cerebral”.
No início de novembro, em entrevista à revista semanal britânica The Economist, o Presidente francês definiu a NATO em estado de “morte cerebral”, uma declaração que abalou a aliança militar.
Na sua declaração Macron lamentou a ausência de coordenação entre os Estados Unidos e a Europa e o comportamento unilateral da Turquia — membro da Aliança Atlântica — na Síria, na sequência da ofensiva militar contra uma milícia curda apoiada pelos países ocidentais.
“Estas declarações apenas se aplicam a pessoas do teu género que estão em estado de morte cerebral”, insistiu o Presidente turco durante um discurso em Istambul.
As observações de Erdogan reforçam as tensões entre a Turquia e a NATO antes da cimeira crucial da Aliança em Londres agendada para a próxima semana.
Erdogan e Macron, e ainda a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, deverão reunir-se à margem da reunião para abordar a situação na Síria.
Os países ocidentais criticaram a mais recente intervenção militar na Síria contras as milícias curdas Unidade de Proteção Popular (YPG), que a Turquia considera uma formação “terrorista”. Neste âmbito, Macron considerou na entrevista ao The Economist que esta ação unilateral se incluía entre os sintomas de “morte cerebral” da NATO.
As críticas incisivas da França à Turquia suscitaram uma reação imediata dos dirigentes turcos, que não últimas semanas têm acusado Paris de pretender implantar um “Estado terrorista” no norte da Síria.
“Ninguém te presta atenção. Ainda possuis um lado amador, começa por remediar isso”, sugeriu ainda Erdogan numa referência a Macron.
“Quando se trata de fanfarronice, sabes fazê-lo. Mas quando se trata de enviar à NATO o dinheiro que lhe deves, é outra coisa”, acrescentou.
“É tão inexperiente! Não sabe o que é a luta antiterrorista, é por isso que os ‘coletes amarelos’ invadiram a França”, prosseguiu.
“Podeis gesticular quando quiserdes, mas acabareis por reconhecer a legitimidade da nossa luta contra o terrorismo”, vincou.
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