“Estamos determinados a eliminar as ameaças que vêm da Síria”, avisou Recep Erdogan no final de uma reunião do executivo, para quem, disse, “a paciência esgotou-se”.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), pelo menos seis pessoas, entre elas civis, morreram hoje na explosão de um carro armadilhado numa zona do norte da Síria controlada pelas forças turcas.
A explosão ocorreu na cidade de Afrine, situada na província setentrional de Alepo, no noroeste da Síria.
“Os recentes ataques e perseguições contra as nossas forças chegaram ao limite. Tomaremos as medidas necessárias o mais rápido possível. A nossa paciência acabou nestas zonas da Síria onde ocorrem os atentados terroristas contra o nosso país”, frisou Erdogan, sem especificar o que Ancara irá fazer.
Entre as vítimas da explosão há membros das fações apoiadas pela Turquia e dois dos feridos são crianças, acrescentou o Observatório, que assegurou que a polícia deteve dois suspeitos.
Afrine, no norte da província de Alepo,70 quilómetros de Idleb, é controlada pelas milícias turcas e fações aliadas na luta contra as milícias curdas, que tiveram de se aliar ao Exército governamental para enfrentar o avanço turco.
Atualmente, os três lados controlam partes diferentes em regiões do norte da Síria.
A região curda de Afrine foi conquistada em março de 2018 pelas forças turcas e apoiantes sírios.
O setor, como em todos os territórios mantidos pelos rebeldes pró-turcos, é regularmente abalado por assassínios, ataques e explosões direcionadas, geralmente atribuídos por Ancara às milícias curdas.
Milhares de combatentes e civis evacuados de áreas ocupadas pelo regime sírio estão concentrados na área de Afrine, incluindo vários membros do Jaich al-Islam (o Exército do Islão), um dos grupos de oposição mais importantes da região de Damasco após o início da guerra na Síria, em 2011.
Inflamada em 2011 por protestos pró-democracia, a guerra na Síria tem-se tornado cada vez mais complexa ao longo dos anos, ceifando pelo menos meio milhão de vidas e provocado milhões de deslocados e de refugiados.
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